14 De Janeiro: Dia dos Enfermos – Por Raimunda Gil Schaeken

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

Estamos passando por um período muito difícil no que diz respeito à saúde pública brasileira. As santas casas, principalmente, estão à beira de um colapso, com os caixas estourados, dívidas enormes com fornecedores. Um buraco sem fundo, sem uma solução imediata à vista, como é o caso da Santa Casa aqui de Manaus.
O governo federal criou o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme determina a Constituição, porém, está seguindo uma tabela totalmente defasada, deixando quase metade do valor dos procedimentos a descoberto e apresenta falhas em seus principais programas. Um exemplo é o Saúde da Família, que tem o objetivo de atuar na prevenção de doenças, alterando um modelo de saúde centrado nos hospitais.


Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

Outro problema nacional é a mão de obra. Não só faltam médicos no interior, mas também estrutura para o atendimento e oportunidades para a capacitação dos profissionais. A formação dos médicos também é questionada.

“Os centros de formação formam profissionais para o mercado de saúde. O SUS é uma política pública de Estado, não é mercado. A saúde no SUS é vista como direito social, enquanto que no mercado é vista como mercadoria”, observa o consultor legislativo Geraldo Lucchese. O problema não é a falta de dinheiro, mas sim a má gestão pública e a corrupção que desvia essa verba e super fatura as notas para benefício próprio.

A verdade é que chegamos a um ponto em que a saúde pública no Brasil necessita, com muita urgência, de mais atenção dos órgãos competentes. A realidade nos mostra um país desestabilizado onde as políticas públicas são incoerentes e desrespeitam a sociedade. É vergonhoso ver o povo mendigando por atendimento e os hospitais não poderem oferecer o que manda a Constituição.

Concluímos que saúde não dá voto, por isso o governo não oferece os investimentos necessários ao setor. O que dá voto são as obras faraônicas, muitas até desnecessárias, como a construção de tantos novos estádios para a Copa de 2016. Ou até mesmo de estruturas para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Merecemos uma saúde de primeira, digna de alimentar as esperanças de um povo sofredor. O Sistema Único de Saúde precisa urgentemente ser reformulado, porque a saúde brasileira está na UTI e corre um sério risco de morrer.
A saúde é um bem; um dos bens mais preciosos que o homem possui. O nosso dever é preservá-la através de cuidados com a higiene e com a alimentação. Mas, às vezes, por motivos alheios à própria vontade, uma pessoa fica doente. O dever das pessoas sãs é dar toda atenção e cuidados que o enfermo requer. E não só com relação a remédios e cuidados médicos, como ainda oferecendo carinho e atenções.

Este dia consagrado aos enfermos é para nos lembrar desses deveres. É um dia bom para visitarmos alguém doente ou uma pessoa de idade que já não dispõe de todas as suas forças.

“Cristo foi enviado por Deus para fazer de nós, pessoas integralmente sadias. Ele não veio curar enfermidades e sim enfermos, pessoas completas”.(Raimunda Gil Schaeken. Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas –ALCEAR).

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