15 de Novembro: Dia da Proclamação da República (Por Raimunda Gil Schaeken)

Professora Raimunda Gil Schaeken(AM)

Desde a época em que o Brasil era colônia de Portugal, muitos brasileiros pensavam em transformá-lo numa República. Isso significava, entre outras coisas, que o chefe de governo, o presidente, seria escolhido através do voto.
Em todos os movimentos revolucionários, tanto no tempo de colônia, como depois da independência, era uma constante o ideal republicano. Desde a Revolta de Beckman, no Maranhão, em 1684, até a Guerra dos Farrapos, no Sul, a ideia principal era a fundação da República como sendo a forma melhor de se conseguir todas as outras aspirações libertárias.


Contudo, a ideia do regime republicano só adquiriu força a partir do fim da Guerra do Paraguai (1870), momento em que o país experimentava forte crise econômica. Alguns problemas apressaram o fim do império:

A Questão Escravocrata: Apoiaram a República proprietários rurais, como os senhores de engenho nordestinos, que precisavam de mão-de-obra barata e se sentiram prejudicados com a libertação dos escravos. Industriais, comerciantes, profissionais liberais, que desejavam maior participação política, e cafeicultores do Oeste paulista, interessados no crescimento da imigração, também eram favoráveis à mudança de regime.

A Questão Militar: Muitos militares brasileiros que haviam participado da Guerra contra o Paraguai voltaram com ideais republicanos. Além disso, depois que dois oficiais sofreram punição por expressar publicamente opiniões que desagradaram ao imperador, o Exército passou a apoiar abertamente a República. Pesou, ainda, o fato de um grande defensor da República ser professor da escola militar e exercer grande influência sobre seus alunos.

A Questão Religiosa: Também a Igreja aderiu à causa republicana quando entrou em confronto com o governo imperial, que se opôs a decisões impostas pelo papa. Num episódio que abalou as relações entre Estado e a Igreja, dois bispos desobedeceram a ordem imperial e foram punidos. A Igreja passou a apoiar a República, que pregava a liberdade de culto e a separação entre Igreja e Estado.

Na realidade, a Monarquia não conseguia solucionar as sérias crises que abalavam a nação. O governo imperial ainda tentou efetuar algumas reformas, como dar mais autonomia às províncias e aos  municípios, mas já era tarde.

A proclamação da República aconteceu graças à divulgação do boato de que Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant haviam sido presos. Os militares se rebelaram. O Marechal Deodoro da Fonseca assumiu o comando das Forças Armadas e, na manhã do dia 15 de novembro de 1889, dirigiu-se à Praça da Aclamação, hoje Praça da República, e proclamou a República.

O Imperador D. Pedro II veio de Petrópolis, onde estava e tentou salvar a situação, mas já era tarde, Deodoro já começara a assinar os primeiros atos do novo regime. Dois dias depois da proclamação da República, D. Pedro II e a família real embarcaram para a Europa.

Passados mais de cem anos desde a proclamação da República, muitos problemas continuam insolúveis, aumentando pavorosamente a cada dia que passa, tais como: a corrupção, o abuso do poder, o desemprego, o analfabetismo, o serviço insuficiente e falho da saúde, a falta de segurança e de infraestrutura básica.( Raimunda Gil Schaeken – Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.)

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