21 de Abril: Fundação de Brasília e Dia de Tiradentes – Por Raimunda Gil Schaeken

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

Brasília, a nova e formosa capital do Brasil, foi fundada no dia 21 de abril de 1960, pelo então Presidente da República Juscelino Kubitschek. A data foi escolhida como homenagem a TIRADENTES e seus companheiros da Conjuração Mineira, pois, dos projetos desta constava, já em 1785, a transferência da capital brasileira para o interior do país.


O nome de Brasília também foi uma homenagem aos brasileiros do passado que sonhavam com a mudança da capital: Foi José Bonifácio, o Patriarca da Independência, quem, em 1822, ao se tornar o pais independente, propôs a criação de uma nova capital, no interior, exatamente com esse nome: Brasília.

Antes de ser construída, a capital do Brasil foi profetizada em Turim, Itália, pelo padre salesiano João Bosco. Ele sonhou que uma grande civilização iria nascer entre os paralelos 15 e 20 exatamente no local em que Brasília foi construída.

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

Com a Constituição da República, em 1891, foi estabelecido o local onde deveria ser construída a futura capital brasileira. Durante as festividades do centenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1922, foi lançada no morro da Capelinha, em Planaltina, a pedra fundamental do Distrito Federal. Estava definitivamente marcado o local que seria o berço da grande civilização profetizada por Dom Bosco.

A princípio, a razão maior era de ordem estratégica: seria dificílimo, em caso de guerra, defender o Rio de Janeiro contra um ataque inimigo, lançado por mar. A própria História nos mostra com que facilidade os franceses por diversas vezes invadiram o Rio de Janeiro. Com a modificação das guerras e o advento da aviação, dos gigantescos bombardeiros, dos foguetes etc., o argumento estratégico perdeu o valor, visto que hoje nenhuma cidade do mundo, esteja onde estiver situada, pode sentir-se livre de um ataque inimigo.

Hoje, Brasília é uma cidade moderna e arrojada, criação e orgulho do arquiteto Oscar Niemeyer e do talentoso urbanista Lúcio Costa, que criou o projeto urbanístico, partindo do traçado de dois eixos que se cruzavam em ângulo reto, como uma cruz. Esses eixos foram chamados de Rodoviário e Monumental. O Eixo Monumental, com 16 quilômetros de extensão, foi destinado às autarquias e aos monumentos. Foi dividido em três partes: lado leste, com prédios públicos e palácios do governo; centro, com a rodoviária e a torre de TV; lado oeste, com os prédios do governo do Distrito Federal. Em frente ao Palácio da Alvorada, foi construída a Ermida Dom Bosco, em homenagem ao padre salesiano.

Ao lembrar o nascimento de Brasília, não podemos esquecer os milhares de “candangos”, trabalhadores vindos de todos os quadrantes do Brasil e, especialmente, do Nordeste, que trabalharam arduamente durante três anos.

Antes de Brasília, mais duas outras cidades foram capitais do país: Salvador, de 1549 a 1763, e Rio de Janeiro, de 1763 a 1960.

Em 1987, Brasília foi declarada patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO.

CONJURAÇÃO MINEIRA E DIA DE TIRADENTES

No final do século XVIII, a produção de ouro extraído de Minas Gerais tinha caído muito, mas a Metrópole portuguesa continuava exigindo o recolhimento da mesma quantidade conseguida anteriormente, um mínimo de cem arrobas anuais. Naquela época, o Brasil era colônia de Portugal, que explorava nossas riquezas.

Para obrigar o pagamento dos impostos atrasados, as autoridades portuguesas ameaçavam com a “derrama”, coleta da quantidade de ouro exigida, realizada à força. Além dessa violência, havia a proibição do funcionamento no Brasil de fábricas de tecidos e outras manufaturas, de modo a impedir a concorrência com a Metrópole. Também estava proibida a fundação de universidades. Tudo isso limitava e mesmo impedia o desenvolvimento econômico e cultural do Brasil colônia.

Enquanto isso, da Europa chegavam as ideias de liberdade e igualdade entre os homens defendidas na Declaração dos Direitos do Homem, elaborada por ocasião da Revolução Francesa (1789). Os Estados Unidos já tinham conseguido sua independência em 1776.

Todos esses fatos formavam o quadro em que Tiradentes viveu e contra o qual se rebelou.

Junto com outros brasileiros – os poetas Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, além de Francisco Lopes, Freire de Andrade e outros -, Tiradentes participou do movimento que desejava a independência do Brasil. A revolta teria início quando fosse decretada a derrama pelo governador de Minas Gerais, o Visconde de Barbacena. Mas um dos conspiradores – Joaquim Silvério dos Reis – traiu os companheiros em troca do perdão de suas dívidas (vem daí o nome do movimento: inconfidência significa “infidelidade”, “deslealdade”). A derrama foi suspensa e todos os participantes presos.

Em processo que durou quase três anos, Tiradentes e mais seis companheiros foram condenados à morte. Apenas Tiradentes, no entanto, sofreu a pena máxima, pois assumiu toda a responsabilidade pela conspiração. Foram dele as palavras: “Dez vidas eu daria, se dez vidas eu tivesse…” Os outros inconfidentes foram condenados à prisão ou ao exílio perpétuo, mas, anos depois, suas penas foram abrandadas.

Tiradentes foi enforcado no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1792. A sentença determinava ainda o esquartejamento de seu corpo e a exposição das partes nos locais por onde pregara suas ideias. Sua cabeça foi exposta num poste em Vila Rica (atual Ouro Preto), em Minas Gerais. Esse dia foi considerado feriado nacional, por meio de um decreto real de 1890.

Por sua participação na Inconfidência e pelo seu amor à pátria, Tiradentes é considerado mártir da Independência. Através da Lei n. 4.897, de 9 de dezembro de 1965, foi proclamado Patrono Cívico da Nação Brasileira. (Raimunda Gil Schaeken é Professora aposentaa, tefense católica praticante, membro da Associação dos Escritores do Amazonas  ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.)

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