24 de janeiro: Dia Mundial do Hanseniano (Por Raimunda Gil Schaeken)

Professora Raimunda Gil Schaeken(AM)

A hanseníase (Mal de Hansen) vulgarmente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa, de evolução crônica, lenta, que afeta nervos e pele, provocando danos severos. A doença tem um passado triste, de discriminação e isolamento de pacientes, devido às deformidades que causava. Felizmente hoje isso já não existe mais, pois ela pode ser tratada e curada.
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae. A transmissão se dá de indivíduo para indivíduo, por germens eliminados pelo portador e que são inalados por outras pessoas, e por contato direto da pele com a ferida de doentes. É necessário, entretanto, que este contato seja íntimo e prolongado para que haja contaminação, por isso a necessidade de examinar sempre os familiares de pacientes com hanseníase.


Um dos primeiros efeitos da lepra, devido ao acometimento dos nervos, é a perda da sensação térmica, definida como a incapacidade de diferenciação entre o quente e o frio no local afetado. O diagnóstico da doença é clínico e laboratorial. Procurar um médico aos primeiros sinais da doença é fundamental para a indicação do melhor tratamento para cada caso. Somente o médico poderá orientar o paciente em relação aos procedimentos adequados e ao uso de remédios.

A hanseníase tem cura e os medicamentos são fornecidos gratuitamente aos pacientes, que são acompanhados durante todo o tratamento.

AS FRANCISCANAS MISSIONÁRIAS DE MARIA E OS HANSENIANOS

Desde vários anos a Comunidade das Irmãs FMM de S. Raimundo em Manaus visi¬tava a Leprosaria de Paricatuba que ficava do outro lado do Rio Ne¬gro e pertencia à jurisdição eclesiástica da Paróquia de S. Raimun¬do. Chegando a esta Paróquia em 1951, as primeiras Irmãs enviadas logo perceberam o enorme sofrimento daqueles seres humanos ex¬cluídos do convívio social, com as consequências do isolamento, atendimento precário do ponto de vista material, espiritual e sobre¬tudo os cuidados com a saúde já tão fragilizada. Então elas passa¬ram a participar da ajuda caritativa que os Padres da Congregação do Espírito Santo e outras pessoas prestavam aos doentes. Era uma maneira de colaborar também com os serviços governamentais que, mesmo insuficientes ali eram oferecidos. Os anos foram passando e as Irmãs continuavam suas visitas semanais à Paricatuba, podendo contribuir com certas melhorias já introduzidas pelos Padres Espiritanos. Não em forma de dinheiro, mas com uma presença amiga, solícita, apoio religioso e conhecimentos profissionais na área da saúde. São ainda lembradas as Irmãs Huguette e Elísia, as pioneiras.

O Governo do Amazonas já havia feito várias tentativas de agru¬par num só lugar, todos os hansenianos que chegavam de todos os cantos do Amazonas e até Estados vizinhos. Aproveitando a ajuda financeira que chegava da Holanda através dos Padres Espiritanos, por fim colocou em prática o Projeto de reunir todos os doentes na Colônia Antônio Aleixo, distante de Manaus cerca de 20km. No início houve resistência dos enfermos de Paricatuba para ir jun¬tar-se com os que já moravam no lugar escolhido pelo Governo. Mas este pediu às Franciscanas Missionárias de Maria uma presen¬ça e cuidados permanentes junto à nova Comunidade hanseniana.

Assim em 1965, Paricatuba foi desativada e os doentes foram aos poucos sendo transferidos para o Hospital Colônia Antônio Aleixo que tinha uma boa estrutura para acolhê-los.(Raimunda Gil Schaeken – Tefeense, Professora Aposentada)

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