27 de Novembro: Primeiro domingo do advento – Por Raimunda Gil Schaeken

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

A Época do Advento inicia-se logo após os dias de finados, quando estamos envolvidos com os entes falecidos, com o tempo já ido, com o passado. No Advento, dirigimo-nos ao futuro, a época vindoura, assim como se expressa a composição da palavra ADVENTO: “aquele que vem”. É uma época cheia de tradições e, aqui, vamo-nos aprofundar um pouco em alguns de seus símbolos.
Significado do termo


Advento – adventus, em latim – significa vinda, chegada. É uma palavra de origem profana que designava a vinda anual da divindade pagã, ao templo, para visitar seus adoradores. Acreditava-se que o deus cuja estátua era ali cultuada permanecia em meio a eles durante a solenidade. Na linguagem corrente, significava também a primeira visita oficial de um personagem importante, ao assumir um alto cargo. Assim, umas moedas de Corinto perpetuam a lembrança do adventus augusti, e um cronista da época qualifica de adventus divi o dia da chegada do Imperador Constantino. Nas obras cristãs dos primeiros tempos da Igreja, especialmente na Vulgata, adventus se transformou no termo clássico para designar a vinda de Cristo à terra, ou seja, a Encarnação, inaugurando a era messiânica e, depois, sua vinda gloriosa no fim dos tempos.

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)
Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

O Advento é caracterizado, sobretudo pela ideia do encontro com Deus, e a realização da promessa de sua irrestrita presença entre nós. Cada ano, no tempo do Advento, a Igreja Católica apresenta a “Coroa do Advento”. A coroa com lugares para quatro velas é frequentemente enfeitada com ramos verdes, e com fitas coloridas.

No primeiro domingo do Advento uma vela amarela é acesa recordando o profeta Isaías anunciando a salvação e a vinda do Messias por volta do ano 500 a.C. É uma luz pálida (amarela) porque a salvação é ainda distante.

No segundo domingo uma vela vermelha é acesa recordando o precursor de Jesus, São João Batista, testemunhando que a chegada do Salvador está próxima. A vela é vermelha indicando o martírio de São João Batista.

No terceiro domingo uma vela rosa ou roxa é colocada na Coroa, indicando Maria, a bem-aventurada, trazendo o próprio Salvador e a alegria da salvação.

No quarto domingo uma vela verde é colocada na Coroa, indicando Jesus, trazendo a alegria da salvação. “Verde da árvore da vida, broto da raiz de Jessé”.

Suas quatro velas, acesas em sequência de quatro domingos, cada domingo uma a mais até se queimarem todas, mostram-nos quatro direções na imensidão dos mundos, aonde os doze signos do zodíaco se fecham, também em um círculo. As quatro velas do advento são sua cruz luminosa: a cruz dos quatro evangelistas, a quem o simbolismo cristão deu, também, um signo: Mateus – o Homem;    Marcos – o Leāo;    Lucas –   o Touro;     João –    a Águia

Ciclo do Natal

É preciso acreditar no amor imenso de Deus pelo ser humano para acolher o mistério da Encarnação. “Deus tanto amou o mundo que lhe deu seu Filho unigênito” (Jo 3,16): o Ciclo do Natal é marcado por esta ternura divina: o Verbo eterno feito menino no seio da jovem Maria. Portanto, é o Amor que abre o Ano Litúrgico da Igreja e impregna todos os Ciclos litúrgicos. É o amor humano que deverá impregnar a Liturgia, para que através de orações, cantos e ritos, seja uma resposta digna de louvor e de gratidão a este Pai de infinita misericórdia.

História

O Ciclo do Natal se formou a partir do século 4 e compreende as 4 semanas do Advento e as Festas do Natal, da Epifania e do Batismo de Jesus. Entre o Natal e a Epifania, celebramos também as Festas da Sagrada Família e de Maria, Mãe de Deus. O Ciclo do Natal se encerra com o Batismo de Jesus, mas a festa da Apresentação de Jesus no templo, no dia 2 de fevereiro, ainda é um eco do tempo natalina.

As quatro semanas do ADVENTO foram fixadas no século 6 pelo Papa São Gregório Magno, como preparação para o Natal e para a segunda vinda de Cristo. A data de 25 de dezembro para o NATAL foi calculada a partir da festa da Anunciação a Nossa Senhora, no dia 25 de março. Contudo, quando entre os séculos III e IV os imperadores romanos renovaram o culto ao deus sol, as comunidades cristãs reforçaram a celebração do Natal como o nascimento do verdadeiro Sol da humanidade, Jesus. Somente no século XIII, com São Francisco de Assis, iniciou-se a tradição do presépio.

A segunda grande festa deste Ciclo é a EPIFANIA, no dia 6 de janeiro, que manifesta Jesus como o Salvador de todos os povos, representados pelos Magos do Oriente. A festa do BATISMO DE JESUS não se enquadra cronologicamente no ambiente do presépio, mas revela a Trindade Santa que apresenta Jesus como Filho de Deus e Salvador da humanidade.

Uma boa preparação para a festa de NATAL.(Raimunda Gil Schaeken é Professora Aposentada,Tefeense, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.)

Artigo anteriorO Tempo – Por Flávio Lauria
Próximo artigoNinguém acerta as dezenas da Mega-Sena e prêmio vai pra 20 milhões

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui