5 de Setembro: Dia da Amazônia e Elevação do Amazonas à Categoria de Província

Professora Raimunda Gil Schaeken(AM)

O Dia da Amazônia serve de alerta permanente para que não só o governo como também os brasileiros protejam e conservem a grande reserva ecológica considerada o “pulmão do mundo”, com imensas potencialidades no setor de pecuária, dos recursos minerais e da energia hidrelétrica.


A Amazônia é a área de maior biodiversidade do mundo, razão pela qual foi invadida e explorada por muitos cientistas estrangeiros.

É a região natural da América do Sul formada pela bacia do rio Amazonas e recoberta pela maior floresta equatorial do mundo: no sentido norte-sul, mede de 2.000 a 2.500 km; no sentido leste-oeste, mede cerca de 3.000 km. A bacia amazônica abrange uma área de 6.915.000 km2, dos quais 4.787.000 km2 estão no Brasil.

A ocupação irresponsável da região já destruiu 550.000 km2 de floresta, em razão do corte e das queimadas, resultando na liberação de 2 a 4% das emissões globais de carbono para a atmosfera, fato que tem contribuído para agravar o efeito estufa.

“As queimadas na Amazônia emitem uma enorme quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, o que torna o Brasil um dos cinco maiores emissores do mundo”. Essa posição nós devemos reverter e para isso a população é importante.
 
ELEVAÇÃO DO AMAZONAS À CATEGORIA DE PROVÍNCIA

Esta data tem sabor de independência para o Amazonas. Com a Capitania de São José do Rio Negro, nossa região não dispunha de autonomia necessária ao seu desenvolvimento.

Lobo D’Almada, em 1797; Manoel Joaquim do Paço, em 1818; José Felix Pereira de Burgus e Machado de Oliveira, em 1832; todos tentaram, junto à Corte portuguesa, obter pacificamente a criação da Província do Amazonas. Romualdo de Souza, em 1826, e João Cândido de Deus, em 1839, apresentaram projetos ao Parlamento Imperial, solicitando a criação da província, o que só ocorreu com a Lei n. 592, de 5 de setembro de 1850, com o apoio do Ministro do Exército, Carneiro Leão, e do Conselho Paraense liderado por João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, que foi nomeado presidente da Província, com sede na Vila da Barra do Rio Negro. Formava-se uma única comarca com 40000 habitantes, 7 escolas, 4 municípios, 18 distritos de paz, 20 lugarejos e 3 missões religiosas. Entretanto, a Província foi instalada em Manaus a primeiro de janeiro de 1852.

Tenreiro Aranha, ciente de todas as dificuldades da Província, procurou organizar a administração pública sem deixar de lado o aspecto econômico, tentando restabelecer a agricultura, que se achava em plena decadência, dando ênfase à lavoura de café, açúcar, do algodão, do cacau.

São símbolos do Estado do Amazonas o Hino, a Bandeira e o Brasão existentes à data da promulgação de sua Constituição, Cap.I, Art.11.

O Hino é de autoria de Jorge Tufic, e música de Cláudio Santoro.

Trecho do discurso do Governador José Lindoso, proferido de improviso na abertura da Semana da Pátria e Semana do Amazonas, dia 1º de setembro de 1980, às 8 horas na Praça do Congresso, momento em que fez o lançamento oficial do Hino do Amazonas e sancionou a Lei nº 1404, que o aprovou.

“A afirmação, portanto, que contém no Hino, do momento, do passado, da crença e da esperança do presente e da afirmação de um melhor destino histórico para o futuro, representam três instantes na eternidade do tempo”.

“O Hino é, portanto, a expressão de tudo o que está dentro dos nossos corações. Ele fala, na musicalidade e na expressão da sua letra, de todos os nossos anseios, impulsionados pela nossa tradição, traduzindo a síntese dos milagres da história na afirmação de uma nova nacionalidade”.

“Somos detentor de um grande patrimônio que a natureza nos legou, de florestas e de rios, que deve ser mobilizado conscientemente a serviço da humanidade e a serviço do Brasil”.

“O Hino traz, entranhado nas suas expressões, na sua sublimidade, esse sentido profundo da harmonia de civilização que vamos construir com a própria natureza”.

“É a floresta que vai nos ensinar, também ao sopro dos ventos e no vigor dos ramos, na beleza das flores e no canto das aves, que seremos grandes quando soubermos ser grandes pelo amor à natureza, pelas responsabilidades com a sociedade e pelo pensamento eterno de que o Amazonas é grande porque grande é o Brasil, e o Brasil é grande porque nós, pelas forças dos nossos músculos, pela capacidade de nossa inteligência e pela determinação da nossa história, vamos fazê-lo sempre eterno”.

BANDEIRA:  A Bandeira do Estado do Amazonas representa a presença amazonense na Guerra de Canudos. É constituída de três faixas horizontais, um retângulo e vinte e cinco estrelas, nas cores vermelha, branca, azul e prata, respectivamente, sendo que duas faixas são brancas, que flanqueiam a faixa vermelha.

A cor vermelha simboliza os combates que se travaram em Canudos; o branco simboliza a pacificação; as estrelas, o número de municípios do Amazonas existente em 4 de agosto de 1897, momento do embarque das Forças Militares do Amazonas para lutar em Canudos, na Bahia.

A Bandeira do Estado do Amazonas é de uso obrigatório nos prédios públicos e nas ocasiões oficiais. Foi, ultimamente, regulamentada pela Lei n. 1.513, de 15 de janeiro de 1982.

ESCUDO ESTADUAL (BRASÃO)

No centro do escudo, está a confluência dos rios Negro e Solimões, formando o rio Amazonas. Na junção dos rios, nota-se um barrete frígio que representa a adesão do Estado ao regime republicano. A corrente de ferro e a âncora que envolvem o centro do escudo representam a estabilidade da autonomia política do Amazonas. No laço verde que se encontra na parte inferior, estão registradas duas datas: 22 de junho de 1832 é referente ao momento em que a Comarca do Rio Negro autoproclamou-se província independente do Pará; no canto oposto, está registrada a data de 21 de novembro de 1889, dia em que o Amazonas aderiu ao movimento republicano. Na parte superior, acima do Sol, está a águia amazonense, com as asas abertas e garras afiadas representando a grandeza e a força do Estado.

Constam ainda no escudo, do seu lado direito, os símbolos da indústria e, do lado esquerdo, os símbolos do comércio e da agricultura, relativos às atividades que fazem a riqueza e prosperidade do Estado.

O Amazonas por ser tão grandioso, belo, cheio de mistérios e poesia parece até uma lenda. Quem não conhece, creia no grande mistério que ele representa.( Raimunda Gil Schaeken – Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.)

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