
Criadores, tratadores e domadores de cavalos saíram em cavalgada, nesta terça-feira (11), em protesto contra a que pode tornar a vaquejada uma prática ilegal em todo o país. De acordo com a organização, ao menos 200 pessoas participaram do ato. O número é o mesmo estimado pela Companhia de Trânsito de Rio Branco (Ciatran), que acompanha o trajeto.
A vaquejada é uma tradição cultural nordestina na qual um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam derrubá-lo dentro de uma área estabelecida e marcada por cal. Segundo as regras do esporte, a derrubada só é considerada válida se o boi cair, ficar com as quatro patas para cima e se estiver na área delimitada. Dependendo do local da queda, pontos são somados ou não a dupla.

Criador de cavalos José Lins de Melo Neto, de 31 anos, explica o ato e defende a prática. “Essa mobilização nacional é em prol de nosso esporte, que tanto amamos, que é a vaquejada. Quem é o dono de boi e cavalo que vai querer maltratar seu animal? É tipo um ente da família, são animais de primeira categoria”, afirma.
O domador de animais Orlangelo Ferreira é outro que defende a manutenção da vaquejada. “É uma cadeia que afeta das pessoas que tratam os animais, os artesãos que fazem o material que usamos nos animais, as pessoas que fazem o transporte. Como essas pessoas vão sustentar suas famílias?”, questiona.
Ele diz ainda que antes de tomar uma decisão, os juristas deveriam acompanhar o trabalho de criação dos animais que participam desse tipo de prática. “Precisam ver o tanto que a gente gasta e o tanto de imposto que a gente gera. Não tem maus-tratos de jeito nenhum”, enfatiza.
O ato em saiu do terminal de integração no início da rodovia AC-010 e seguiu por uma das faixas da Avenida Antônio da Rocha Viana. O trajeto deve seguir ainda pelas avenidas Benedito Maia e Getúlio Vargas, de onde segue de volta ao ponto inicial pela estrada das Placas.
Entenda o caso
Na semana passada, o. Os ministros consideraram que a atividade é inconstitucional e que impõe sofrimento ao animal.
A Associação Brasileira de Vaquejada (ABVQ), por sua vez, argumenta que a decisão do STF que já não causaria mais sofrimentos ao animal. Eles também defendem osempregos que a modalidade gera.
O regulamento de bem-estar animal da ABVQ prevê que cavalos e gados que participam das competições não passem fome nem sede, que tenham situações de estresse, medo e ansiedade minimizadas e que tenham áreas adequadas para descanso, por exemplo.
Alguns estados firmam ainda termos com os Ministérios Públicos e regulamentam outras ações, como a proibição do uso de luvas com pregos, parafusos ou objetos cortantes; a proibição de bater no animal, de dar choque, usar esporas ou chicotes, entre outras práticas.
Fonte: Jornal Floripa