
Cerca de 90% dos brasileiros concordam que os cursos de educação profissional têm mais oportunidades no mercado de trabalho. Sete em cada 10 alunos de cursos técnicos do SENAI, por exemplo, conseguem emprego no primeiro ano, após a conclusão do curso, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope/CNI. O dado foi destacado ontem (31) em reunião na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas pelo secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (SEB/MEC), Rossieli Silva.
Recebido pelo vice-presidente da FIEAM, Nelson Azevedo, Silva esclareceu o novo Ensino Médio a uma plateia de empresários, gestores, professores e alunos dos alunos dos cursos profissionalizantes e técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
De acordo com Rossieli Silva, o Brasil tem muita sorte em poder contar com os serviços de formação profissional do SENAI, mas existem milhões de jovens, Brasil a fora, que não têm a mesma oportunidade. Disse ainda o secretário que 79,5% dos jovens atribuem grande importância de um curso técnico para seu futuro profissional.

“O interesse do SESI e do SENAI em concretizar e melhorar a educação de nossos jovens está em toda a força tarefa que temos, sabemos ainda que precisamos contar também com a ajuda da família, por ser a base de uma boa educação”, disse Azevedo.
Silva explica que as reformas educacionais demoram a chegar até a escola, precisando chegar o mais cedo possível, uma vez que, de acordo com o IBGE, a partir de 2022 o Brasil começará a ter uma população mais envelhecida.
A lei do Novo Ensino Médio dispõe sobre a reforma curricular, a ampliação de carga horária na etapa e institui a Política de Fomento às Escolas de Tempo Integral, que irá duplicar o número de matrículas e quase triplicar o número de escolas de ensino médio em tempo integral até 2020, que na opinião do secretário é um dos principais pontos a ser explorado.
Rossieli mostra em estimativas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), que a cada 100 estudantes que ingressam na escola 96 concluem o ensino fundamental I, destes somente 83 concluem o ensino fundamental II e 65 restantes concluem o ensino médio. Destes, apenas sete seguem para a universidade.

O novo Ensino Médio tem o objetivo de tornar a escola de ensino médio mais atraente e articulado com o mundo em que vivemos, disse o secretário, que promete ainda a modernização da arquitetura do sistema atual, curriculum mais flexível e mais conectado com as aspirações dos jovens do século corrente, possibilidade de escola de itinerários formativos diversificados do ponto de vista acadêmico ou profissionalizantes.
De acordo com Silva, o conhecimento dos jovens desde 1995 até 2015 vem caindo bruscamente nas matérias de Língua Portuguesa e Matemática, de acordo com avaliações realizadas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Outro problema a ser solucionado de acordo com o secretário é o acesso dos jovens à Educação Básica em idade correspondente, pois 100 a cada centena de estudantes que ingressam na escola, 93 ingressam no ensino fundamental II, mas apenas 74 ingressam no ensino médio, mas não necessariamente com a idade correta, que vai de 15 a 17 anos.

Na ocasião, alunos do SENAI Amazonas compartilharam suas experiências adquiridas nos cursos profissionalizantes, como foi o caso do aluno do curso de Assistente Administrativo, Romulo Junior, de 17 anos, da Escola SENAI Antônio Simões, também Jovem Aprendiz, que agradeceu a oportunidade por fazer parte do SENAI e ter suas chances redobradas para inserção no mercado de trabalho.
“Entrando no SENAI eu percebi que não é somente um curso, mas algo que te prepara para a vida, lá eu aprendi empreendedorismo, lógica matemática, cálculos trabalhistas e, hoje, considero esses conhecimentos básicos, para levar para o resto da vida”, disse Junior.
Silva detalhou ainda que o Amazonas é um estado que se tornou referência em matrículas para as escolas de tempo integral. No Brasil apenas 5% das matrículas do ensino médio eram de tempo integral, enquanto que nas outras etapas chegam a ser de 26 a 30%. De acordo com Silva, o ensino médio em tempo integral é o que menos teve investimento ao longo dos anos.
A estimativa de ampliação do ensino médio em tempo integral é de mais de 175%, em menos de um ano e meio, chegando a 1.708 escolas na rede estadual, sendo mais de 141% em matrículas, em números significa atender mais de 800 mil alunos na rede pública até 2020.