Bebê morta em Copacabana é enterrada sob gritos de ‘Justiça’

Enterro da bebê Maria Louise no São João Batista (Foto: Henrique Coelho/G1)

A bebê Maria Louize, de 8 meses, uma das vítimas do atropelamento coletivo no calçadão de Copacabana, na Zona Sul do Rio, na noite de quinta-feira (18), foi enterrada na tarde de ontem sábado (20), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul em clima de forte comoção. Durante o enterro, os amigos aplaudiram e gritaram por “justiça”.


Agarrada ao caixão, a mãe Niedja Araújo dizia: “minha filha, Maria, minha filha” e repetia insistentemente: “não, não, não, não”.

Enterro da bebê Maria Louise no São João Batista (Foto: Henrique Coelho/G1)

Após o enterro, Niedja deu entrevista e voltou a pedir punição para o motorista.

“Eu quero justiça, porque ele tirou minha filha de mim. Minha filha está lá [no cemitério], e ele está onde? . E ele tá aonde, tá solto. Safado! . Eu quero que ele pague, porque a minha filha não volta mais. A minha dor vai ser eterna. Como é que eu vou voltar para minha casa. Tudo lá tem o jeitinho dela. Eu estou destruída. Ele não matou só ela, ele matou a mim também, disse.

No velório, o pai de Maria Louize, o motorista Darlan Rocha, ficou por volta de 20 minutos chorando em cima do caixão. A mãe, que também ficou ferida no acidente, chegou ao cemitério de cadeira de rodas, chorando muito. “Quero minha filha!”, gritava.

Darlan, pai da bebê, faz desabafo emocionado no velório da filha (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Em entrevista, Darlan voltou a desabafar e chamou o motorista Antonio Almeida Anaquim de monstro: “É inexplicável como um motorista pode dirigir com a carteira suspensa”.

O casal foi ampardo por pastores da Assembleia de Deus. O enterro foi custeado pela igreja já que os pais estão em dificuldades financeiras. Eles contaram que Niedja passou a noite na casa deles porque ela mora na Ladeira dos Tabajaras num local de difícil acesso e que ela não teria como chegar por causa dos ferimentos na perna.

Niedja da Silva Araújo chega ao cemitério para o enterro da filha, (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Segundo eles, Niedja não dormiu e chorou a noite inteira. Eles tentaram convencê-la a vir mais tarde para o velório, mas não conseguiram.

“Ela quis vir cedo para o velório. Está sendo muito doloroso para essa mãe de 23 anos, que estava começando a construir sua família, que numa noite de muito calor foi à praia para se refrescar e voltou pra casa sem o seu bebê. Não entendo como alguém dirige com a carteira suspensa e anda mente”, disse a pastora Vera.

Claudia dos Santos Araújo, vizinha da família na comunidade do Tabajaras disse que o atropelador acabou com o sonho da família de ter a criança, considerada uma menina “muito alegre”:

“Ela é um anjinho que foi pro céu, mas isso não pode ficar impune”, afirmou ela.

Fonte: G1

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