O que se sabe sobre o caso de peste negra no Rio de Janeiro

Hospital Luiz Palmie - Foto: Divulgação

Uma mulher de 57 anos, moradora de São Gonçalo, município no Rio de Janeiro, está internada com suspeita de peste bubônica (ou peste negra), doença que não era noticiada no Brasil desde 2005, quando houve um único caso no município de Pedra Branca, na região serrana do Ceará.


No dia 22 de dezembro do ano passado, a paciente deu entrada no Pronto Socorro Central de São Gonçalo com quadro de insuficiência cardíaca. Ela, então, foi encaminhada para o Hospital Luiz Palmie, onde foram colhidos materiais oral, nasal e anal para análise.

Por estar com uma ferida na perna, também foi solicitada amostra da pele, diagnosticando a presença da bactéria Yersinia pestis, causadora da enfermidade que assolou a Europa no século 14 – historiadores estimam que 25 milhões de pessoas, mais de um terço da população do continente na época, morreu em decorrência da patologia entre 1347 e 1351.

De acordo com a prefeitura do município fluminense, imediatamente foi iniciado o tratamento com antibióticos e a mulher passou a ser acompanhada em leito de isolamento, a fim de evitar a disseminação da doença, se ela for mesmo confirmada.

Hospital Luiz Palmie – Foto: Divulgação

Apesar da preocupação, o Ministério da Saúde informou à BBC News Brasil, por meio de nota, que este caso não atende a definição de suspeito, pois o quadro clínico apresentado não se enquadra na descrição para peste bubônica. Tudo leva a crer que houve erro de identificação do bacilo no primeiro exame.

O MS relatou ainda que o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) do Estado do Rio de Janeiro refez a análise e identificou a bactéria Morganella morganni, um microrganismo amplamente distribuído no meio ambiente e que não causa infecções em indivíduos com boa imunidade.

Já em pessoas com comprometimento imunológico pode provocar contaminações oportunistas dos tratos respiratório e urinário e infectar feridas.

Além disso, amostras laboratoriais foram coletadas e enviadas para o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Pernambuco) para outras análises e fechamento da investigação – ainda não há previsão de quando o resultado será divulgado.

E, por precaução, uma equipe do controle de zoonoses da Vigilância Ambiental da cidade de São Gonçalo também foi até a residência da paciente realizar uma inspeção de pragas e roedores, não tendo encontrado vestígios.

Fonte: R7

Artigo anteriorBolsonaro assina decreto que facilita posse de armas
Próximo artigoEmenda de David Almeida sobre energia solar que beneficiar Fazenda Esperança é aprovada

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui