

A vitória não foi tão fácil quanto a pouca tradição das rivais sugeria. O Cazaquistão deu trabalho ao Brasil na primeira partida do país pela segunda fase do Mundial da Itália, hoje, quarta-feira, no ginásio do Palaolimpia, em Verona. Suando ou não, a seleção fez o que precisava: vencer por 3 sets a 0 o rival considerado mais fraco dos quatro da difícil etapa da competição. Liderado pela central Thaísa, o time do técnico José Roberto Guimarães segurou a pressão rival nos primeiros sets e garantiu os três pontos por 25/22, 25/22 e 25/18.
– A gente sabia que não seria fácil assim. Elas têm uma característica um pouco diferente de combinação de ataque, e o nosso bloqueio ficou muito preocupado em pegar a trajetória da bola. Além do saque, que elas forçaram bastante para tentar quebrar o nosso passe e dificultar nossas ações no ataque. Os dois primeiros sets foram assim, mas o terceiro foi mais tranquilo. O importante é que a gente conseguiu outra vitória por três pontos – afirmou Zé Roberto.
Com 14 pontos anotados – nove de ataque, três de bloqueio e dois de saque – Thaísa foi a principal pontuadora da seleção brasileira e da partida. Jaqueline, melhor atacante da primeira fase da competição, também teve mais um bom jogo e contribuiu com 12 pontos para o Brasil, seguida por Sheilla e Fabiana, com 11 cada. Pelo lado cazaque, Radmila Beresneva anotou nove pontos.
– O time está completamente diferente do Cazaquistão que enfrentamos no ano passado. Foi complicado. Umas jogadoras batiam forte, outras com deixadas. Isso complica para a gente. É chato, elas têm um time chato. Mas nossa defesa jogou bastante, estamos de parabéns. Conseguimos manter a cabeça no lugar e com bons saques, bom ataque, abrir no final para fechar o jogo – avaliou Thaísa.
Com a vitória, o Brasil chegou a 11 pontos e ocupa a vice-liderança do Grupo F. Os Estados Unidos lideram a chave com 12. A seleção brasileira volta a jogar nesta quinta-feira, às 15h (de Brasília), contra a seleção da Holanda. O SporTV transmite ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real com vídeos. O assinante do Canal Campeão também pode assistir no SporTV Play.
No basquete Brasil perde para a França e está fora do Mundial

No treino antes de enfrentar a França, o técnico da seleção brasileira, Luiz Augusto Zanon, chamou Érika num canto e disse que ela poderia fazer história se vencesse a atual vice-campeã olímpica e europeia. Afinal, a brasileira não tem mais tantos anos de carreira, e este poderia ser o seu último Mundial. A pivô do Atlanta Dream, da WNBA, entendeu o recado, mas, na hora de colocar em prática, esbarrou outra vez no nervosismo e não apresentou o seu melhor basquete, que a fez se tornar uma das melhores do mundo. Mesmo com uma atuação bem abaixo do esperado, as europeias fizeram do jogo coletivo o diferencial e dominaram as brasileiras – levando um susto apenas no primeiro quarto (12 a 10). Com tranquilidade, a França venceu por 61 a 48 e avançou às quartas de final na Turquia.
A cestinha do duelo foi a francesa Sandrine Gruda, com 17 pontos. A melhor brasileira foi Érika, com 11 pontos anotados e seis rebotes. Na próxima fase, as europeias terão pela frente a forte seleção americana, pentacampeã olímpica e dona de oito títulos mundiais em 16 edições. O confronto será na próxima sexta-feira, às 15h15 (de Brasília). Os outros duelos definidos das quartas de final são: Austrália x Canadá e Espanha x China. Turquia aguarda o vencedor de Sérvia x Cuba.
A partida marcou a despedida de Adrianinha da seleção brasileira, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Sydney 2000 e com quatro mundiais no currículo. Emocionadas, as jogadoras choraram e abraçaram a armadora de 35 anos, tida como uma das principais referências no processo de renovação que vem sendo implantado há um ano e meio no time verde e amarelo.
O técnico Zanon se mostrou orgulhoso da seleção, no entanto, reconheceu os pontos fracos do time e apontou os erros de ataque como o principal problema.
– Sem dúvida poderíamos ter ido mais longe. Mas queria agradecer a essas meninas, esse amadurecimento precoce e do outro lado da Europa, com uma diferença de conceito absurda. Do lado técnico, elas podem dar mais. O início inseguro trouxe incerteza, e o contato físico foi tirando elas do jogo. O ataque vem sendo o nosso grande problema. Os chutes de três, lances livres e a bola interna não estão caindo. Precisamos corrigir isso. O jogo de basquete feminino no Brasil tem outra intensidade. Ainda não temos maturidade em jogos internacionais. Se trabalharmos nessa intensidade, essa geração vai crescer muito. Estão de parabéns – disse Zanon.