
O corpo da criança morta durante um ataque a tiros na comunidade Parima, dentro da Terra Indígena Yanomami, foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros no rio Parima. De acordo com a corporação, o corpo da menina Yanomami, de 7 anos, estava distante cerca de 25 metros do local do desaparecimento.
A menina foi morta na segunda-feira (3), em um ataque causado por um conflito entre comunidades indígenas. A criança estava acompanhada de outras cinco pessoas, incluindo duas irmãs, que ficaram feridas.

O corpo da criança morta caiu no rio e foi encontrado na manhã de sexta-feira (7), durante buscas de superfície, segundo os Bombeiros. O local onde foi encontrado fica na região de Alto Alegre, no Norte de Roraima.
As buscas, que duraram três dias, iniciaram dois dias após o ataque, na quarta-feira (5), e foram realizadas por dois mergulhadores e dois auxiliares. No primeiro dia de buscas o rio estava com um grande volume de água, provocando forte correnteza e muitas pedras, conforme os Bombeiros.

Na quinta-feira (6), a equipe conseguiu o apoio de uma embarcação na região e realizou buscas superficiais por mais de 23 km às margens do rio. O corpo só foi encontrado no dia seguinte, quando os militares seguiam com as buscas.
O corpo da criança indígena foi entregue aos familiares e permanecerá na comunidade para os rituais da cultura Yanomami.
O ataque
O ataque aconteceu na segunda-feira (3) e, segundo a Polícia Federal, foi causada por um conflito entre comunidades indígenas. Duas comunidades, Whaputa e Castelo, atacaram a comunidade do Parima, localizada em uma região com forte presença de garimpeiros ilegais.

Ainda não se sabe a motivação do conflito, porém a PF aponta que a área é crítica quanto a atuação de garimpeiros, acusados de aliciar indígenas para extração ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami.
Segundo o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari, os feridos no ataque são: uma liderança indígena, de 48 anos, uma mulher de 24, a filha dela, de 5 anos, e duas meninas, de 15 e 9 anos.
Segundo a liderança, que teve acesso a lista com os nomes dos indígenas atendidos, a vítima morta é irmã das outras duas crianças, de 15 e 9 anos.
Os feridos chegaram em Boa Vista em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e foram encaminhados para o Hospital Geral de Roraima (HGR) e Hospital da Criança Santo Antônio, segundo o DSEI-Y.
Após o ataque, equipes da Polícia Federal, servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Força Nacional e da Força Nacional de Saúde Pública foram enviadas para a região.