Suécia cria lei para pagamento de avós que cuidam de netos

Foto: Recorte

A Suécia, conhecida por suas políticas progressistas de apoio à família, deu mais um passo inovador nesta segunda-feira (1º) ao implementar uma nova lei que permite aos avós receber licença parental remunerada enquanto cuidam dos netos nos primeiros três meses de vida da criança.


Conforme a nova legislação, os pais podem transferir parte de seu generoso subsídio de licença-maternidade ou licença-paternidade para os avós, caso decidam retornar ao trabalho nesse período. A Agência de Seguridade Social sueca informou que a transferência pode ser de até 45 dias para avós ou 90 dias no caso de mães ou pais solteiros. Durante o período em que recebem o subsídio parental, os avós não podem estar empregados.

Ritva Kärkkäinen, residente de Avesta, no centro da Suécia, declarou à rede de TV SVT que começou a considerar a possibilidade de deixar temporariamente seu emprego para cuidar dos netos após a entrada em vigor da lei. A diretora da Agência de Seguridade Social da Suécia, Alexandra Wallin, afirmou à emissora SVT que a nova lei “proporcionará mais oportunidades” tanto para os pais quanto para os avós, que agora poderão ser remunerados pelo tempo dedicado ao cuidado dos netos.

A medida, aprovada pelo Parlamento sueco em dezembro do ano passado como parte de um pacote de propostas do governo sobre a transferência do subsídio parental, entrou em vigor esta semana. Esta inovação ocorre 50 anos depois de a Suécia se tornar o primeiro país do mundo a introduzir licença parental remunerada para ambos os pais, substituindo a licença-maternidade específica para mulheres em 1974. Atualmente, cerca de 30% dessa licença remunerada é utilizada por pais.

Na Suécia, o subsídio parental é concedido por 480 dias (aproximadamente 16 meses) por criança, para pais e mães, independentemente do gênero. Esse período pode ser dividido entre o casal conforme desejarem. A remuneração para 390 dias é baseada no rendimento total da pessoa, enquanto os 90 dias restantes são pagos com um valor fixo de 180 coroas suecas (cerca de R$ 96) por dia.

A Suécia, com uma população de 10 milhões de habitantes, construiu ao longo de gerações uma sociedade onde os cidadãos são apoiados pelo Estado desde o nascimento até a morte, graças a um robusto sistema de seguridade social financiado pelos contribuintes. Outros benefícios para os pais incluem a possibilidade de trabalhar em jornadas reduzidas até a criança completar 8 anos, com essa concessão se estendendo até os 12 anos para funcionários públicos.

Em contraste, os Estados Unidos permanecem entre os poucos países – e o único industrializado – sem uma política nacional de licença-maternidade remunerada. A Lei de Licença Familiar e Médica oferece aos trabalhadores americanos elegíveis até 12 semanas de licença com proteção de emprego por ano, mas sem remuneração. Vicki Shabo, pesquisadora de programas de licença médica e familiar remunerada no think tank New America, destacou a ausência de direitos federais e nacionais de licença parental remunerada nos Estados Unidos.

No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em dezembro de 2023, um prazo de 18 meses para que o Legislativo regulamente a licença-paternidade no país, marcando um avanço significativo na política de apoio à família.

Esta nova lei sueca reflete o compromisso contínuo do país com o bem-estar das famílias e a promoção de um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal, reforçando seu papel como líder global em políticas de seguridade social.

Fonte: G1

Artigo anteriorTRANSPORTE DO MEDO | Três passageiros são esfaqueados em assalto na linha 652 no Japiim
Próximo artigoPF prende Amazonense que deixou mala recheada de drogas em aeroporto de São Paulo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui