Relatório aponta que general Cid usou estrutura da Apex para negociar joias nos EUA

Foto: Recorte

O relatório da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) revelou graves desvios de conduta durante a gestão do general Mauro Lourena Cid no escritório da agência nos Estados Unidos. Segundo o documento, o pai do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou a estrutura da Apex para negociar joias presidenciais, expondo um esquema de venda ilegal de presentes durante a administração de Bolsonaro.


As investigações conduzidas por técnicos da agência envolveram 16 depoimentos e a análise de documentos internos. Descobriu-se que Cid usou seu celular funcional para tirar e compartilhar fotos das joias com seu filho, o coronel Mauro Cid, e com outras pessoas. As imagens, obtidas pela Polícia Federal, mostravam o reflexo do general com os presentes supostamente desviados.

O relatório apontou que, mesmo após ser demitido em 3 de janeiro de 2023, Cid continuou utilizando o celular funcional até 7 de fevereiro. O aparelho foi devolvido com os dados apagados irregularmente por um servidor. Além disso, o general manteve seu crachá de acesso ao prédio até 9 de janeiro e usou a rede Wi-Fi do local.

Em sua agenda, constava uma reunião no dia 1º de agosto de 2022 com Cristiano Piquet, corretor de imóveis que confessou ter transportado uma mala de joias do ex-presidente Bolsonaro de Orlando para Miami. Testemunhos também revelaram a presença frequente de pessoas alheias aos negócios da agência no gabinete de Cid, sem registro formal.

O relatório também destacou a resistência explícita de Cid ao resultado eleitoral de 2022, manifestando repetidamente aos funcionários sua convicção de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não tomaria posse. Essa expectativa de ruptura institucional culminou na tentativa golpista de 8 de janeiro de 2023.

As apurações internas também revelaram a contratação de um médico de Jair Bolsonaro como funcionário fantasma, que não desempenhava atividades profissionais ligadas ao cargo. Houve ainda desobediência às normas da Apex sobre home office e teletrabalho, além da falta de controle de frequência e acesso ao escritório.

As conclusões do relatório foram encaminhadas ao STF (Supremo Tribunal Federal), TCU (Tribunal de Contas da União) e à PF (Polícia Federal). A Apex decidiu intervir no escritório de Miami, designando uma servidora qualificada para reestruturar a operação e propor melhorias.

Fonte: R7

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