
A seca da Amazônia pode ganhar um novo fator agravante. Os furacões no Atlântico Norte deverão causar sérios impactos na Amazônia, aumentando ainda mais o calor da região nessa época do ano.
De acordo com especialistas da Agência de Oceanos Atmosfera dos Estados Unidos, haverá um recorde de furacões neste ano. O fenômeno deverá ter efeito na precipitação sobre a Amazônia e nenhum risco deve ser descartado.
Na raiz dos furacões, da seca e de temperaturas elevadas, está o aquecimento sem precedentes do Atlântico. O oceano é combustível para sistemas atmosféricos capazes de gerarem simultaneamente furacões como o Beryl, no início deste mês, e seca na Amazônia. O mesmo sistema atmosférico que concentra chuvas na zona de desenvolvimento do furacão bloqueia a umidade que deveria chegar à Amazônia.
Se não bastasse o Atlântico quente, uma La Niña é dada como certa a partir de setembro, o que aumenta o risco de furacões. A La Niña de 2024 será a primeira num cenário de mudanças climáticas e de aquecimento do Atlântico, frisam cientistas como o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden). O Atlântico está tão anomalamente quente que tem prevalecido sobre fenômenos climáticos poderosos como o El Niño.