
O deputado federal Sidney Leite foi, recentemente, condenado por divulgar fake News em suas redes sociais. Mesmo assim, ele se mostra favorável à CPI das Fake News.
A postura do deputado resulta em incoerência, já que ele divulgou informações falsas, teve de remover o conteúdo das redes sociais e foi multado em R$ 5 mil, em caso de descumprimento da medida. Ou seja, Leite acusou adversários políticos com inverdades apenas com o intuito de causar desconforto.
A situação quer dizer que há uma banalização do discurso contra fake news por parte de políticos que utilizam a pauta como ferramenta de autopromoção, ao mesmo tempo em que reproduzem práticas que minam a confiança pública na informação e nas instituições. Confiança esta que já está em sério desprestígio por parte da população, que deixou de acreditar na política e que pode, sim, haver uma melhora nas condições atuais.
O caso de Sidney Leite exige reflexão sobre os critérios de participação em comissões parlamentares. Se o Parlamento quer ser levado a sério no enfrentamento à desinformação, precisa começar por garantir que seus próprios membros estejam comprometidos, na prática, com a verdade.
O combate às fake news é uma pauta urgente no cenário político brasileiro, especialmente diante do impacto da desinformação sobre a democracia, a saúde pública e a segurança nacional. Mas é necessário haver transparência por parte de quem prega o discurso.