Argentina libera que população use dólares sem declarar origem

Foto: Recorte

O governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira (22) um plano para permitir que os cidadãos usem suas economias em dólares sem ter que explicar sua origem, disse o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, a jornalistas.


O presidente argentino, Javier Milei, assinará o decreto e enviará uma lei ao Congresso, que busca evitar controles e regulamentações excessivos sobre a poupança.

O governo chamou a medida de “Plano para a reparação histórica da poupança dos argentinos”.

Milei já havia indicado que pretendia flexibilizar regras tributárias para que a população usasse os dólares não declarados no país. A ideia, segundo o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, é que a população possa usar esse dinheiro para comprar eletrodomésticos, carros, casas, terrenos, entre outras coisas, sem “ninguém pedindo explicações”.

Em entrevista recente a um programa de TV argentino, ele chegou a afirmar que os argentinos têm entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões “debaixo do colchão”, o que representa de 33% a 66% do Produto Interno Bruto (PIB) argentino, que é de US$ 600 bilhões.

Por isso, incentivar o uso desses valores “implica uma injeção de fundos dentro da economia que poderia gerar uma aceleração da taxa de crescimento enorme”, disse na entrevista.

Milei elogia sonegadores de impostos

Durante a entrevista, o presidente argentino chegou a elogiar sonegadores de ipostos enquanto defendia o projeto de flexibilização das regras tributárias.

Milei disse que quem “tentou se proteger dos políticos ladrões são heróis” e “quem cumpriu todas as regras […] talvez não teve o talento ou a coragem para sair do sistema”.

“Se todos tivessem conseguido fazer o mesmo (sonegar impostos), talvez os políticos tivessem parado de nos roubar”, afirmou.

As declarações foram feitas em uma entrevista no programa de TV argentino “Otra Mañana”, na segunda-feira (19), depois que o jornalista Antonio Laje questionou Milei sobre a expectativa para a implementação das medidas que vão incentivar o uso de dólares guardados pelos argentinos “debaixo do colchão”.

“A verdade é que as características do imposto inflacionário na Argentina têm sido devastadoras e, como consequência disso, os argentinos, mesmo com dinheiro declarado, o passam para o setor informal para poder escapar das garras do Estado”, disse Milei.

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