Caprichoso emociona com enredo sobre resistência indígena e saberes ancestrais na primeira noite

O Boi Caprichoso encerrou a primeira noite do 58º Festival de Parintins, nesta sexta-feira (27/06), com um espetáculo impactante. Com o tema “Amyipaguana: Retomada pelas Lutas”, o bumbá azul e branco levou à arena alegorias imponentes e performances que exaltaram a resistência dos povos indígenas, os conhecimentos tradicionais da Amazônia e a força das mulheres da floresta. O evento segue até domingo (29/06) e é promovido pelo Governo do Amazonas.


Segundo o presidente do Boi Caprichoso, Rossy Amoedo, a apresentação foi resultado de meses de intensa preparação. “A primeira noite sempre exige muito, mas o Caprichoso chegou pronto. Trabalhamos com afinco para entregar um espetáculo grandioso”, destacou.

Foto: Mauro Neto e Arthur Castro / Secom

Espetáculo de ancestralidade e cultura

Entre os destaques da noite, a alegoria “Yurupari”, assinada pelo artista Roberto Reis, trouxe à arena a história do ser mítico da cultura indígena amazônica. A figura de Yurupari, originalmente uma divindade, foi reinterpretada com ênfase no processo de demonização sofrido durante a catequização dos povos originários.

A Figura Típica Regional apresentada foi “Majés, as Senhoras da Cura”, criação dos irmãos Preto e Paulo Pimentel, também conhecidos como Irmãos do Palmares. A homenagem valorizou as mulheres curandeiras da Amazônia, guardiãs do conhecimento sobre plantas medicinais e da sabedoria ancestral que ainda resiste nas comunidades tradicionais.

Foto: Mauro Neto e Arthur Castro / Secom

No meio da plateia, como item 19, a torcedora Marilene Pimentel, de Boa Vista do Ramos, acompanhava emocionada. “Venho há muitos anos, fico desde cedo na fila. O Caprichoso é tudo pra mim. Sou azul desde criança. É uma emoção enorme viver isso de perto”, contou.

Ritual Tupinambá encerra a noite

A apresentação do Caprichoso foi finalizada com o Ritual Indígena, cujo tema foi “Ritual Tupinambá: A Retomada da Verdade Originária”. Desenvolvida pelo artista Jucelino Ribeiro, a alegoria reafirmou a importância da espiritualidade e da memória ancestral dos povos indígenas.

Com o encerramento da apresentação do Caprichoso, a primeira noite do Festival foi concluída com entusiasmo. As apresentações seguem neste sábado (28) e domingo (29), no tradicional Bumbódromo de Parintins.

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