
O governo do Rio Grande do Sul anunciou a suspensão temporária da utilização do larvicida Pyriproxyfen em reservatórios de água potável. Motivo: a secretaria de Saúde do Estado desconfia que o produto, juntamente com o zika, pode potencializar a ocorrência de casos de microcefalia em bebês.
A desconfiança é baseada em um estudo da organização médica argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns, que, segundo o jornal Zero Hora, relaciona o uso do produto ao período de utilização – começou no Brasil em 2014 – e ao local de maior manifestação da doença – áreas mais pobres, carentes de saneamento, nas quais a população tem de armazenar água devido ao racionamento.
“Tomamos essa decisão em função destas pesquisas. Até que provem o contrário e que se tenha uma manifestação de que é seguro, não vamos mais usar. Estamos olhando para uma associação de fatores: a utilização desse larvicida pode ter efeito teratogênico (causar má-formação em fetos e embriões), que junto ao zika vírus pode potencializar a situação”, disse ao periódico o secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo.
Alberto Beltrame, secretário nacional de Atenção à Saúde, ressaltou que o Pyriproxyfen é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que teria passado pelos mais exigentes testes internacioais. “Respeitamos a decisão do secretário da saúde, uma vez que ele é o maior gestor do SUS no Rio Grande do Sul. Mas acreditamos que não foi uma avaliação baseada em fundamentos técnicos. Não há estudos epidemiológicos que comprovem essa ligação. O que sem tem, até agora, são opiniões”, declarou.
(NOTÍCIAS AO MINUTO)