

Convidados pelos coordenadores do Projeto Jaraqui na Praça, capoeiristas de quatro escolas campeãs de Manaus, fizeram a suas apresentações para o público cativo e seleto, que todos os sábados frequenta a Praça da Polícia (Heliodoro Balbi), Centro de Manaus.
Falando da sua arte, o Mister Derme (Régis), do Clube de Capoeira Arte e Liberdade, com atividades na quadra municipal do bairro de Novo Israel, diz que mantém a cultura acesa por que gosta do que faz. Ele não tem parceria, apoio e nem patrocínio. Todos os capoeiristas, do mirim ao adulto, estudam gratuitamente com direito a transporte, camisa da Associação e a merenda.

A capoeira do Amazonas, segundo ele, vive por sua própria resistência e gingado. Ela foi introduzida no Estado pelo Mestre Gato, em junho de 1972, seguido pelo Mestre Kaka Bonates. “Desde então, a luta contra a burocracia de órgãos municipais e estaduais, para firmar o esporte no Amazonas, é constante”, diz o Mestre Régis.
Mostra disso, foi o que aconteceu em 2013. Os campeões do Amazonas estavam prontos e treinados para representar o Estado no Campeonato Brasileiro, em Belém-PA, mas o então secretário municipal dos esportes, Fabrício Lima (atual vereador) atropelou o pedido de passagens das escolas e associações, para enviar um pequeno grupo de protegidos. O resultado é que não trouxeram nem recordação do Campeonato Nacional.

Esse ano, com secretário novo, Derme acredita que possa conseguir as passagens para o Campeonato Nacional, que acontecerá em Curitiba-PR, nos dias 21, 22 e 23 de novembro próximo. “Está em cima e até agora nada de resposta”, se preocupa Derme. A Federação Amazonense de capoeira já selecionou aproximadamente 30 atletas e o pedido já está a um mês na mesa do secretário Antônio Eduardo Ditzel, da Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (SEJEL). Se o pedido for aprovado, devem ir três atletas por categoria distribuídos por peso e idade.
Também fazendo parte do Projeto Jaraqui no sábado (01), o professor Pedro dos Santos (o professor Teco), da Escola de Capoeira Bote da Cobra Coral, no bairro da Alvorada, também tem atletas selecionados para o Campeonato Nacional e assim como o Mestre Derme, também está à espera de patrocínio para levar os alunos à competição.
Da mesma forma está o professor Timbó, da Associação Cultural Ginga Brasil Capoeira, que se prepara para o Lual Capoeira, que acontecerá no município de Presidente Figueiredo, nos dias 19 a 21 de dezembro, com a participação de 50 atletas amazonenses e de outros, de fora do Estado.

Timbó vem de uma jornada vitoriosa. A Associação de sua responsabilidade ganhou o Paulistão de Capoeira, em São Paulo, que aconteceu entre os dias 30 de setembro a 05 de outubro e também o Estadual, dia 20 de setembro, no Complexo Esportivo Amadeu Teixeira, em Santa Etelvina, Manaus. Assim como os outros professores e Mestre, Timbó espera por bilhetes aéreos para o Campeonato Brasileiro em São Paulo e ônibus para o Estadual de Boa Vista-RR.
Já o professor Borracha, bairro do Coroado, lamenta a falta de registro da Associação Honra Negra, que está engavetado há muitos anos por falta de interesse das autoridades do setor. De acordo com ele, a Associação existe desde 1993, no CDC do Coroado e esse é o tempo de espera pela regularização. O tempo de espera e a incerteza do atendimento, na opinião do professor, só tem dificultado o trabalho de desenvolvimento da capoeira no Amazonas.