

Afirmando que não iria desmontar um governo que ajudou a construir o governador José Melo terminou por selar a permanência do secretário de Cultura, Robério Braga, à frente de uma das pastas mais questionadas e requisitadas no decorrer dos últimos quatro meses, enquanto se engendrava a reforma administrativa desse governo.
Durante a coletiva com a imprensa realizada na sede do governo, para anunciar a conclusão dos estudos da reforma administrativa e a ida para aprovação da Assembléia Legislativa, dia 25, o governador deixou claro que a permanência ou não de todos os secretários atualmente no cargo, irá depender do aproveitamento de cada um e, o secretário de Cultura está entre eles.
Robério estava à vontade na coletiva com a imprensa e, em determinado momento, foi apontado pelo governador como sendo um dos vários secretários substituídos e exonerados pela imprensa, inúmeras vezes. O mais recente substituto de Robério Braga era o deputado estadual, Bôsco Saraiva (PSDB). Ele tinha dia e hora para assumir a secretaria de cultura.
Curioso é que o gabinete do deputado Bôsco Saraiva, em horas, lotou de pedidos, projetos e novos simpatizantes da cultura amazonense. Bastou ser negada a indicação, que o gabinete voltou a esvaziar novamente. Antes, porém, cogitou-se a possibilidade do ex-deputado estadual Tony Medeiros ser o novo secretário de cultura. Um prêmio para o “boiadeiro”, que já foi da secretaria de cultura do município. Não saiu das intenções.
Mais tarde, ao sair da sala de reuniões, Robério falou ao Correio da Amazônia que esse é um processo natural, que sempre acontece no processo de transição política. “Eu tenho bastante tempo de vida e de experiência política para saber que isso é natural”, disse.
Sobre as mudanças, que o governador citou inúmeras vezes durante a coletiva, Robério falou que eram mais projetos a serem implantados, normais e naturais. Se eles serão mais populares, disse: “todos os projetos da Sec são populares”, mas não se estendeu no assunto.
Por outro lado, garantiu que a Secretaria vai ampliar as ações e aumentar os investimentos na área da cultura no interior do Estado. “Essa é uma orientação da política cultural estabelecida pelo governador”, justificou.
Robério tem como base o estabelecimento de metas citado pelo professor José Melo e, que está disposto, como sempre esteve em todos os governos dos quais foi secretário de cultura, a ser um executor de metas. “Eu não tenho nenhum novo projeto. O governador estabelece eu executo. Sou um executor de ordens”, resumiu.
Ao entrevistar alguns artistas plásticos e músicos, eles disseram que se tiverem que optar por Robério Braga, Tony Medeiros ou Bôsco Saraiva, eles ficam com o primeiro (ficam com Robério Braga). Bôsco Saraiva (PSDB), que recentemente passou pela presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM) teve uma administração tão antipática e excludente, que só pelo fato de ele ser cogitado por um jornal da cidade para a SEC, fez muitos artistas “torcerem o nariz” e esperar o pior. Eles entendem que o advogado Robério Braga deveria tirar uma férias, que o governador deveria arejar a cultura do Estado, mas não com os nomes que foram ventilados recentemente. O governador pode não ter tido opção.