A Força da Palavra – por Flávio Láuria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

Escrita ou oralmente expressa, a palavra tem ampla e significativa importância, por isso de tal forma compromete e responsabiliza quem a profere que, muitas vezes, exige-se a confirmação para não restar a mínima dúvida acerca do que foi publicamente afirmado.


O cidadão comum, a autoridade de qualquer natureza, todos respondem de alguma forma pelo que dizem, daí a exigível discrição, a continência da linguagem, especialmente em torno do que se deve expressar quando está em causa o interesse comum, e chega a ser uma forma de sabedoria dizer apenas o necessário, no momento certo.

Daqueles que por dever de ofício são quase obrigados a falar em público, muitos evitam o improviso, ou para não omitir fatos e nomes, ou para, medindo as palavras, não cometer excessos, enfim, para preservar a autoridade do cargo no qual estão investidos, imunizando-se a cobranças.

O noticiário através da televisão obriga a ouvir, ou o que não se quer, ou o que não se deve, sobretudo quando choca, a ponto de, tão estarrecedora a notícia, preferir-se aguardar o jornal do dia seguinte para uma necessária conferência, para a possível confirmação do que foi dito por determinada autoridade.

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Consultor.

Mas fiz essa introdução para falar sobre o dia dos pais, e mais especificamente sobre meu pai, que se foi aos cinquenta e seis anos de idade. Já fiz artigos escrevendo uma carta a ele que tão precocemente saiu desta vida, quero apenas dizer neste pedaço de escrita que a força da palavra, a escrita essencialmente quando se escreve um artigo deve expressar o sentimento do escriba.

Hoje então deixo ao meu pai, o manifesto de minha admiração e meu amor, que no silêncio do amor me deu a vida esperando que um dia eu chegasse a ser alguém, quantos anseios, quantas esperanças, guardados no seu coração, coração que o fez vitima muito cedo.

Pai você como jardineiro cuidou desta plantinha ou melhor de seis plantinhas, regou, alimentou, ajudou a desabrochar, e nesse dia quero lhe desejar toda minha admiração, pelos valores humanos, pelos valores espirituais que você transmitiu, a generosidade, a autenticidade, a vontade de vencer, a confiança na vida, o amor.

Pai, as plantinhas, ou seja, seus seis filhos cresceram, amadureceram, e se hoje dão frutos, é pelo que você nos deu, e pelo pai que você foi. Sua imagem reflete amor. Mais forte e significativo que palavras de estimulo, apoio e carinho, foi seu exemplo de vida e retidão de caráter. Não admitia deslize em termos de corrupção, de desonestidade. Como sofreria se vivesse nos tempos atuais presenciando o espetáculo vergonhoso com que nos “presenteia”, sem pudor, a maioria de nossos homens públicos! Sua preocupação com os filhos não se estendia apenas aos dias futuros – era presente nos mínimos gestos. Privava-se do que mais gostaria de ter para que tivéssemos o que ansiávamos possuir.

Não sabia jogar futebol, mas adorava o esporte porque os filhos faziam-no bem (modéstia à parte). Feliz Dia dos Pais a todos.

*Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Consultor.

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