
De repente passei rapidinho pelo canal da Rede TV e ouvi a apresentadora do programa A Tarde É Sua, Sônia Abrão, largando o pau no jornalista Zeca Camargo, da Globo, que considerou ridícula, em comentário na Globo News, a cobertura da morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo.
Para Zeca, a cobertura reflete o empobrecimento da pauta cultural no jornalismo brasileiro. Na verdade, só se via nos canais abertos de televisão reportagens ao vivo sobre o acidente e, depois a morte do cantor e sua namorada, depois o velório terminando com o sepultamento e todos os reflexos dessas ocorrências repletas de desespero, chororô, gritos, histerismos, uma onda sem tamanho e injustificável a uma figura jovem do mundo musical que tinha tudo para crescer, mas se foi, se foi sem ser aquela figuraça que merecesse cobertura de peso.
A declaração de Zeca Camargo revoltou fãs de Cristiano Araújo, foi duramente criticado nas redes sociais e tomou proporções desastrosas, foi alvo de xingamentos, revolta, ódio e ofensas do pequeno público do Cristiano Araújo. Zeca foi taxado de ridículo, despreparado e incompetente.
Li matérias de jornais do Centro-Sul assegurando que a morte causou uma grande comoção no Brasil inteiro de fãs e de admiradores do cantor. Comoção no Brasil é demais, não é bem por aí.
Ao que parece, Cristiano era para nós, nortistas e nordestinos, um ilustre desconhecido. Não tiro a razão do Zeca Camargo.
*Garcia Neto é jornalista e professor