A política é um movimento constante – por Carlos Santiago

Carlos Santiago é Sociólogo, Analista Político e Advogado - Foto: Correio da Amazônia

Tudo está em constante movimento. Tudo flui sempre! Declarou o filósofo Heráclito de Éfeso. As articulações partidárias e de lideranças políticas, os conchavos, as traições, os anúncios de acordos e de desacordos, não cessarão nem depois do resultado final das eleições de 2022, pois a política é também uma eterna movimentação.


O dia primeiro de abril, por exemplo, foi o fim da chamada janela partidária para quem tem mandato de deputado federal e estadual e pretendia trocar de legenda objetivando concorrer à reeleição ou disputar outro cargo eletivo, sem perder o mandato. O movimento foi intenso no Amazonas e no Brasil.

No dia 2 de abril, último prazo para a filiação para quem quer disputar um cargo no pleito de outubro, aconteceram movimentações políticas, anúncios de candidaturas e acordos políticos. Expressões do tipo: “isolamento”, “desidratação”, “adesões”, “comprou apoios” e “saíram fortalecidos”, ganharam destaques nas mídias, favorecendo ou contrariando os governos.

Muitas movimentações acontecerão até o dia 31 maio, data final para a constituição de federações partidárias. O Partido dos Trabalhadores – PT, o Partido Verde- PV e o Partido Comunista do Brasil – PC do B, já decidiram pela Federação Partidária. É uma decisão política e jurídica que tem duração de quatro anos. O Cidadania e o PSDB foram pelo mesmo caminho na construção de uma federação partidária. A expectativa é que mais partidos tomem o mesmo trajeto, aumentando ainda mais o número dessas entidades (federações).

No dia 02 de julho, três meses antes das eleições, começa a vedação para a realização de novos convênios e transferências voluntárias de recursos da União aos estados e municípios e dos estados aos municípios (existem outras vedações). Por isso, até a referida data as movimentações não irão parar. Prefeitos, governadores e o presidente da República estão se movimentando e em diálogos permanentes.

Do dia 20 de julho até 05 de agosto, ocorre o período das convenções partidárias. Declarações de amor e de ódio acontecerão. Muitos que declaram amor hoje a determinado candidato, pode na convenção apoiar outro nome. Coligações de majoritárias impensadas acontecerão. Aprovações e desaprovações de candidaturas serão ingredientes que movimentará o jogo eleitoral, podendo mudar todo o cenário político.

A campanha oficial começará no dia 16 de agosto. Movimentações aprovações de candidaturas para disputar o cargo de vice, novos nomes podem surgir e desistências podem acontecer. Manter os apoios, conquistar novas adesões e crescer na opinião pública com estratégias de marketing e gastos financeiros, certamente, não faltarão. Debates, traições, promessas, conflitos entre partidários e de partidos serão mais corriqueiros.

Após o resultado das eleições de 2022, novas movimentações objetivando acordos de governança, muito toma lá dá cá, adversários tornando-se correligionários, apoiadores tornando-se opositores e os participantes se movimentarão pensando já nas eleições municipais de 2024. É uma eterna movimentação para conquistar e se manter no Poder.

Portanto, na política tudo é movimento e todos os seus participantes se movimentam, independentemente dos prazos eleitorais, porque toda movimentação “coerente” ou “incoerente” objetiva o poder. Como consequência, torna-se mais difícil a cobrança por uma política imóvel, fixa, nem decisões coerentes.

Carlos Santiago é Sociólogo, Analista Político e Advogado.

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