Com o aumento pós-golpe do preço do gás, 12 milhões de domicílios usam lenha ou carvão para cozinhar (IBGE/2018).
Com a volta do Brasil ao mapa da fome, a precariedade deve aumentar, afetando de forma contundente os trabalhadores de baixa renda.
As classes médias têm impacto diferente. Fim das muitas viagens, sem carro zerado, mudança dos filhos para escola mais barata, venda de imóveis para se livrar das prestações, representam bem sua nova realidade.
Quem conhece um pouco de história sabe que numa sociedade com extrema desigualdade há empobrecimento extremo e concentração extrema de riqueza. O Brasil já tem 05 bilionários que têm fortuna equivalente ao que ganham 100 milhões de brasileiros. Neste processo, as classes médias não perdem por esperar: cairão num efeito dominó.
Aquelas políticas sociais compensatórias, combatidas por tantos ignorantes e preconceituosos, tinham a finalidade de garantir condições de sobrevivência aos estratos que viviam na miséria, mas também garantiam um consumo que mantinha condições de vida abastadas a outras classes. O seu fim significa não somente sua total exclusão, mas a queda de padrão de vida para quem vivia bem.
Golpe só beneficia os muito ricos, que vivem do trabalho dos muito pobres.
*Lúcio Carril é Sociólogo e Especialista em Gestão Governamental.
