

A Polícia Federal de Cruzeiro do Sul (AC) deflagrou, na manhã de hoje, quinta-feira (06), em ação conjunta com o Ministério da Previdência Social, a ‘Operação Alexandrino’, que investiga a Agência do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS) do município. De acordo com a PF, em uma análise preliminar, ao menos 90 benefícios foram detectados como irregulares. O valor pode ter rendido R$ 2 milhões, no entanto, o prejuízo pode superar R$ 4 milhões.
Ao menos 70 agentes da PF cumpriram 22 mandados de busca e apreensão em Cruzeiro do Sul e Rio Branco. A operação, segundo a PF, é resultado de uma investigação, iniciada em 2012, com o objetivo desarticular uma organização criminosa que, pelos menos desde 2010, frauda benefícios da Previdência Social.
O grupo fraudava o reconhecimento de relações de paternidade por parte de detentos, com a intenção de receber o auxílio-reclusão. A PF acredita que os escolhidos eram presos com muito tempo de pena cumprida, gerando pagamento de retroativos no valor de ao menos R$ 20 mil cada. Na investigação consta ainda que para o salário-maternidade, eram escolhidas mulheres sem qualidade de segurado, com auxílio de sindicatos locais, era forjada situação de trabalhadoras rurais para terem o benefício concedido.
Os policiais também estiveram na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Cruzeiro do Sul. Segundo testemunhas que estavam no local e preferiram não se identificar, os policiais procuravam pelo presidente do STR, como ele não estava, entraram no local e levaram também documentos e computadores.
Segundo a PF, o esquema veio à tona a partir de declarações de diversas seguradas que foram lesadas, e falaram que ao conseguirem os benefícios, teriam que repassar valores altos a servidores do INSS e agenciadores. O órgão diz que há ainda o envolvimento de atravessadores responsáveis por angariar populares para as fraudes.
Nas instituições que passam por investigação nenhum responsável quis se pronunciar sobre o caso.
Operação Alexandrino
A Polícia Federal explicou que o nome da operação foi escolhida em razão de Alexandre, O Grande, que teria construído um império em regiões remotas, por meio de alianças com pessoas locais.(G1)