
Uma ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resultou na destruição de 42 balsas, 40 embarcações, mais de 50 mil litros de combustível e na apreensão de cinco quilos de mercúrio na Terra Indígena (TI) Vale do Javari. Os atos fazem parte da operação Waki, deflagrada pelo instituto e que homenageia Pedro Waki, filho de Bruno Pereira, indigenista assassinado na região em 2022 junto com o jornalista britânico Dom Phillips.
A Terra Indígena Vale do Javari tem cerca de 8,5 milhões de hectares, é a segunda maior do Brasil e concentra a maior quantidade de povos isolados no país. Nos últimos anos, a região foi invadida por garimpeiros, pescadores ilegais e se transformou em uma rota do tráfico —ela fica no Amazonas e faz fronteira com o Peru.
Pereira era servidor da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e estava licenciado, após desavenças com o então presidente da instituição durante o governo Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Xavier. A Polícia Federal concluiu que sua morte aconteceu a mando de um traficante da região conhecido como Colômbia, e que o atirador foi um pescador, apelidado de Pelado. O então presidente da Funai, Marcelo Xavier, também foi indiciado pelo caso.