Com a chegada do fim do ano e a aproximação do início do próximo período vem a pergunta inevitável que todos os astrólogos têm que responder: o que a ciência dos astros tem a nos dizer sobre essa misteriosa passagem e o que nos promete o tempo que vem pela frente?
Confesso que não sou exatamente esse tipo de astrólogo que conta os dias para a saída de algum período difícil e nem acredito que nós somos pobres vítimas indefesas de algum destino implacável e imutável determinado por deuses impassíveis e inevitáveis. Penso que os astros são indicadores da qualidade do tempo em que vivemos e acredito com todas as minhas forças que nós sempre temos a liberdade para escolher em praticamente todas as situações das nossas vidas.
Mas confesso também que poucas vezes estive aguardando tão ansiosamente o fim de um ciclo e o começo de outro, como nessa passagem de 2013 para 2014.
Por quê? – Eu explico. É que estamos saindo de um ano regido por Saturno e entrando em outro regido por Júpiter. E dai? Vamos relembrar algumas palavras que eu publiquei no início de 2013, á respeito da regência de Saturno:
Saturno era conhecido pelos romanos, como um “deus das colheitas”. É aquele senhor que aparece no final da cada ano apoiado em sua descascada bengala, carregando uma foice em forma de meia lua.
Este nosso velho conhecido lembra-nos implacavelmente que “o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória”.
E é claro que num ano que tem a sua regência, vamos ter que nos deparar tanto a nível individual como coletivo, com os frutos das sementes que andamos espalhando por ai desde a sua última visita.
O “Senhor do Tempo”, o “Cronos” dos gregos nos intima a crescer. E para crescer temos que nos superar. Vencer as barreiras. Ele limpa a casa. Sacode a árvore para que as folhas velhas e mortas possam cair dando lugar ao que tem vida e possibilidade de seguir em frente.
Também é o “Senhor da Realidade”, e sob a sua regência, o que for falso ou estiver fora do seu devido lugar, ficará despido e reduzido ao seu tamanho real. Diante de Saturno o melhor é confessar logo, e agradecer pela queda da torre que nos aprisionava em sua falsa gaiola de vaidade. A cicatriz que Saturno nos brinda, é o beijo da verdade.
Geralmente sob os domínios de um ser tão sóbrio, encontramos obstáculos que nos parecem intransponíveis. Podem ser barreiras exteriores, como um chefe que nos “persegue injustamente”, ou um companheiro ou companheira que não faz outra coisa se não nos cobrar e nos trata com frieza e distância.
Também podem ser barreiras interiores. Estas são ainda mais custosas. Encontrar de frente com nossos próprios limites e aspectos mais sombrios da personalidade é algo que por mais que saibamos ser importante e útil, e por mais que digamos estar preparados, sempre é frustrante.
E daí, como foi pra você a passagem do ano de Cronos? Uai, não era Saturno? Ah sim, é o mesmo senhor, apenas com um nome diferente. Cronos é a maneira pela qual o mesmo Saturno dos romanos era conhecido pelos gregos.
Pelo que eu pude ver no meu consultório e em minha própria vida esse ano do senhor de 2013 não foi exatamente um passeio na Disney pra quase ninguém. Saturno cumpriu sua tarefa com esmero. Poucos de nós estão saindo deste ano do mesmo jeito que entraram. Poucos de nós escaparam da poda do velho Cronos.
Mas como dizem: Deus é Pai. E como Pai amoroso sabe do que precisamos para crescer e do tanto que somos capazes de suportar.
Depois da tempestade, pra quem fica, quase sempre brilha o sol.
Agora em 2014 temos a regência de Júpiter, o Zeus dos gregos que também era conhecido por JOVE, de onde vêm as palavras “jovem” e “jovial”.
Sim, da mesma maneira que Saturno é uma divindade associada a colheita e poda, que se apresenta em nossas vidas limpando a casa e comprimindo a mola, Júpiter é o “rei dos deuses” que nos convida a crescer e expandir os limites de nossa experiência pela vida e da nossa compreensão do que seja essa mesma vida.
Depois de arrumarmos a casa chegou a hora de nos voltarmos para a sociedade, para o nosso lugar dentro dessa sociedade. O “rei dos deuses” é um legislador que pode ser duro, mas é generoso e quer ver o nosso desenvolvimento, o nosso sucesso no mundo.
O momento agora é de crescer, e para crescermos precisamos querer crescer, acreditar que podemos. Precisamos ter fé e disposição jovial para com a vida e seus desafios. Nós também precisamos ser generosos com nós mesmos e com os outros em um ano regido por Júpiter. Para podermos receber as benesses do crescimento que Saturno preparou com sua foice em 2013. E mais uma boa nova é o fato de que no céu astrológico, Júpiter estará ingressando á partir de Julho, juntamente com o Sol, no signo do Leão, que segundo os mais antigos astrólogos gregos, estava associado ao planeta da expansão.
O ano, portanto nos promete muita fertilidade e oportunidade. O tom pesado e sóbrio de 2013 deve dar lugar a um pensamento mais positivo e principalmente criativo. O estudo da posição do Júpiter no mapa astrológico natal de cada um de nós, e também das casas e aspectos que estarão sendo ativados pelo trânsito deste planeta ao longo do ano podem nos dar uma ideia mais clara de onde estão as oportunidades de crescimento e expansão que o jovial “rei dos deuses” vem trazendo para cada um de nós. Adeus ano do velho, feliz ano do novo para todos nós.
www.carlosmaltz.com.br
Carlos Maltz é: baterista, astrólogo, psicólogo e escritor. Ele foi o primeiro baterista e fundador da banda Engenheiros do Hawaii, participou dos mais importantes discos da banda de 1986 a 1996, eternizado na formação clássica: Gessinger, Licks & Maltz, o trio GLM, que durou até 1994. Construiu o projeto A Irmandade, onde gravou dois CDs (Irmandade e Anjos de Metal). Com a Irmandade, emplacou sucessos como a música “Depois de Nós”, que foi regravada no Acústico MTV Engenheiros do Hawaii.
