Adolescente que estava internado há oito dias no ‘Joãozinho’, morre após briga de médicos

O adolescente permaneceu internado por oito dias na unidade hospitalar - foto: Josemar Antunes

O adolescente Lúcio Pena Figueira, de 14 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (12), no Pronto-Socorro da Criança, o Joãozinho, anexo ao Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, na Zona Leste de Manaus. O jovem teve a cirurgia atrasada após uma briga entre dois médicos dentro do centro cirúrgico da unidade hospitalar, fato ocorrido no dia 4 de agosto deste ano.


Lúcio estava internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por oito dias, depois de cair de uma laje e bater a cabeça. Familiares confirmaram que o adolescente morreu por volta das 6h30, em razão de edema cerebral e hemorragia intracraniana.

O adolescente permaneceu internado por oito dias na unidade hospitalar - foto: Josemar Antunes
O adolescente permaneceu internado por oito dias na unidade hospitalar – foto: Josemar Antunes

Para os familiares, a morte do adolescente foi ocasionada pela briga entres os médicos. Durante a briga, a cabeça do jovem ficou aberta e outro médico foi quem finalizou a cirurgia.

“A demora no atendimento contribuiu no agravamento do quadro de saúde de Lúcio”, comentou o irmão da vítima, Francisco Carlos, de 23 anos.

Entenda o caso

Ao se preparem para iniciar os procedimentos cirúrgicos no adolescente, um anestesista, de 69 anos, e um neurologista, de 39 anos, acabaram se desentendendo. Durante a luta corporal, o anestesista chegou a dar um choque no braço do neurologista, que por sua vez, revidou e aplicou soco no rosto do anestesista. Funcionários conseguiram conter a briga e os dois médicos foram encaminhados para uma delegacia. O neurologista teve escoriações na boca, e o anestesista apresentou escoriações no pescoço, braço esquerdo e mão direita.

Conforme as informações da polícia, a briga foi motivada por conta de um procedimento cirúrgico mal conduzido por um dos especialistas. Após prestarem esclarecimentos no 9º Distrito Integrado de Polícia (DIP), os dois médicos assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados. O titular da unidade policial, delegado Rafael Allemand, informou que o caso foi encaminhado para a Justiça.

Sindicância

O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) abriu sindicância para apurar a briga entre dois médicos. A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que a direção do hospital abriu sindicância para apurar a conduta dos médicos envolvidos.

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) que acompanha a família do adolescente informou que os pais podem ingressar com uma ação indenizatória.

Por Josemar Antunes

Artigo anteriorInstituições de ensino precisam se profissionalizar, diz presidente do Sinepe/AM
Próximo artigoRobson Conceição garante medalha de bronze no boxe, mas ele quer ouro

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui