Essa é uma questão polêmica entre acadêmicos, lideranças politicas, movimentos sociais e lideres de comunidades locais.
A fome na Amazônia é invisível, pois muitas pessoas acham que não há ausência de alimentos disponíveis para as comunidades, em detrimento da grande biodiversidade que os cerca e riqueza naturais existentes na região. No entanto, De acordo com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 2 milhões e 765 mil, ou seja 71% da população amazonense estão em situação de Insegurança Alimentar, destes temos mais de 505 mil pessoas que se encontram na extrema pobreza no Amazonas em 2020, vivendo com menos de R$ 155 por mês, que já passaram fome.
Em relação a renda das famílias nos municípios do Estado, segundo dados da Revista Pesquisa, 31% das famílias tinham como renda principal o Seguro Defeso (serviço do governo para pescadores artesanais); 15% a aposentadoria rural; 14%, a pesca; e 12% o Bolsa Família. O estudo conclui que sem o pagamento de benefícios, 56,6% da população do Amazonas estaria em situação de pobreza, e 26,1% em situação de extrema pobreza, em 2020.
Outro problema que contribuiu com o avanço da fome no Estado foi o aumento de preços de alimentos da cesta básica, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o preço de alimentos no país teve alta nos setores fundamentais na mesa do brasileiro: o quilo do arroz subiu quase 70%; o feijão-preto, 51%; a batata, 47%; a carne, quase 30%; leite, 20%; e no óleo de soja alta de 87%, dificultando o acesso aos alimentos básicos para a população de baixa renda.
Portanto, segundo os dados nosso povo passa fome sim. Parafraseando o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que dizia: “quem tem fome, tem pressa”. Temos uma necessidade urgente de fortalecer a política de segurança e soberania alimentar no Amazonas.
Altemir Viana é Técnico em Agropecuária, Sociólogo e Assessor Regional Norte da CONTAG
