Agência de risco Fitch corta nota do Brasil, mas mantém selo de bom pagador

Agência Fitch, em Nova York/Foto: Reuters

A agência de classificação de risco Fitch cortou a nota da dívida do Brasil de “BBB” para “BBB-“, mas ainda manteve o país com o selo de bom pagador. A perspectiva é negativa, ou seja, o próximo movimento deve ser novamente de corte da nota.
A agência afirmou que sua decisão reflete “o maior peso da dívida do governo”, os “elevados desafios fiscais” e a “piora do cenário de crescimento econômico”. A Fitch disse, ainda, que a incerteza política pode adiar a retomada do crescimento e do investimento e, portanto, o baixo desempenho da economia deve persistir, o que justifica a perspectiva negativa.


Segundo as notas da Fitch, o Brasil está no primeiro degrau do chamado “grau de investimento”, que indica que o país é considerado um bom pagador, um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro.

Porém, um novo corte levaria o país ao “grau especulativo”, o que tende a elevar os custos de financiamento para o governo e para as empresas locais e reduzir o fluxo de entrada de dólares no país, deixando a moeda ainda mais cara.
Brasil já perdeu um selo de bom pagador

Há três principais agências internacionais de avaliação de risco: Fitch, Moody’s e Standard & Poor’s. No mês passado, a agência Standard & Poor’s (S&P) tirou o selo de bom pagador do Brasil.

A decisão de hoje da Fitch mantém o grau de investimento do país. A Moody’s, por sua vez, rebaixou o Brasil há quase dois meses, mas ainda manteve o selo de bom pagador, com perspectiva estável, o que sugere que a nota não mudará no curto prazo.

Um segundo rebaixamento pode ter impacto no mercado ainda maior do que o primeiro, porque muitos investidores estão impedidos de deter títulos que não tenham o selo de bom pagador por pelo menos duas das três principais agências de classificação de risco.
Avaliação de agências indica risco de calote aos investidores

Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.

O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.

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