
As deputadas bolsonaristas, que já foram investigadas por atos antidemocráticos: Aline Sleutjes (Pros-PR), que é uma das vice-líderes do governo Bolsonaro no Congresso, e Carla Zambelli (PL-SP), são suspeitas de incentivar caminhoneiros e os bloqueios nas estrada. As duas estão sendo investigadas.
Os bloqueios em rodovias federais promovidos por bolsonaristas inconformados com a derrota do Jair Bolsonaro (PL) para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está sendo questionado pela Confederação Nacional do Transporte e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), diante dos prejuízos que pode se acumular com a indecisão do presidente.
A FPA pontuou que as paralisações em rodovias impactam diretamente os consumidores brasileiros e representam um risco para o abastecimento da cadeia produtiva do agronegócio.
“Fazemos um apelo para que as rodovias sejam liberadas para cargas vivas, ração, ambulâncias e outros produtos de primeira necessidade e/ou perecíveis”, diz em nota.
A CNT, entidade de representação das empresas de transporte no Brasil, disse que “se posiciona contrariamente a esse tipo de intervenção”.
“A entidade respeita o direito de manifestação de todo cidadão, entretanto, defende que ele seja exercido sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas”, diz a nota.
“Além de transtornos econômicos, paralisações geram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis”.
A CNT pede que as autoridades garantam “a circulação de pessoas e de bens por todo o País com segurança, entendendo que qualquer tipo de bloqueio não contribui para as atividades do setor transportador e, consequentemente, para o desenvolvimento do Brasil”.
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, entidade nacional que congrega as empresas de transporte rodoviário de cargas, também se pronunciou contra os bloqueios.
“Sendo entidade de representação empresarial manifesta-se veementemente contra movimento grevista, de natureza política, que fere o direito de ir e vir de todos os cidadãos, criando obstáculos à circulação de veículos que prestam serviços essenciais ao abastecimento da população, em especial de gêneros de primeira necessidade, como medicamentos e alimentos”, diz em nota.
Bloqueios
O número de pontos bloqueados está variando ao longo do dia. O balanço mais recente da PRF (Polícia Rodoviária Federal), divulgado no fim da tarde desta segunda-feira (31), apontava para 236 pontos monitorados em 16 estados.
O estado com mais pontos em monitoramento era Santa Catarina, com 37 bloqueios. No Paraná, que tinha oito interdições e dois bloqueios, um dos trechos parados é que dava acesso ao porto de Paranaguá, maior exportador de grãos do País.
texto CNT

Carla Zambelli é suspeita de comandar bloqueios nas rodoviais
Os bloqueios de caminhoneiros em rodovias por todo o país foram incentivados por pelo menos duas deputadas bolsonaristas, que já foram investigadas por atos antidemocráticos: Aline Sleutjes (Pros-PR), que é uma das vice-líderes do governo Bolsonaro no Congresso, e Carla Zambelli (PL-SP).
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT), por sua vez, se manifestaram contra os bloqueios. Líderes da greve de 2018 também condenaram o fechamento das estradas.
Procuradoria Geral da República pede que diretor-geral da PRF preste esclarecimentos em 24 horas sobre bloqueios.