“Ainda é mais seguro ficar aqui”, diz jogadora brasileira em cidade da Ucrânia não atacada

Piauiense Kedma Laryssa -Foto: Reprodução

A atleta piauiense Kedma Laryssa Santos Araújo, de 20 anos, continua na cidade de Kryvyi Rih, localizada no sudeste da Ucrânia. Com seis dias de guerra no país, a cidade ainda não foi alvo dos militares russos e o clima, apesar da apreensão, ainda é tranquilo. Ela contou ao g1 que como está na região central do país, é difícil se locomover e a rua é mais perigosa que o lugar onde está.


Kryvyi Rih fica a cinco horas de Kiev, capital da Ucrânia, a 22 horas da fronteira com a Polônia e que o país mais próximo é a Moldávia, distante umas 7 horas de carro, mas que estão sabendo que têm tropas russas por lá.

“Não conseguimos ir de trem porque não temos como chegar até a estação, que é mais ou menos a 1 hora e não temos carro para ir até lá. O pessoal do nosso clube diz que por enquanto aqui ainda é seguro, que na rua corremos perigo”, contou.

Piauiense Kedma Laryssa -Foto: Reprodução

Kedma relatou que sai do quarto do hotel, onde está com outras duas brasileiras, apenas para as refeições e passa o dia vendo noticiários.

“Nosso dia está sendo tranquilo até o presente momento, só descemos nos horários das refeições. Na realidade não tem muito o que fazer, só passamos os dias deitadas e assistindo as notícias”, afirmou a jogadora, que está no país há seis meses.

A atleta declarou que além da embaixada brasileira, o Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o sindicato internacional de jogadores de futebol (FifPro) estão em contato com elas. “Eles dizem que vão nos tirar daqui”.

Foto: Reprodução

Kedma destacou que além das brasileiras, a equipe tem cerca de 50 a 60 pessoas, inclusive com crianças pequenas e ucranianos que não quiseram sair, que permanecem espalhados pelos andares do hotel, já que a cidade ainda não registrou ataques.

Ela afirmou que não é possível sair às ruas, apenas para ir ao supermercado comprar itens de primeira necessidade. E que seu desejo é voltar para casa.

“Meu maior desejo é poder voltar pra minha casa e ficar com minha família, e assim poder ir a igreja agradecer a Deus pela oportunidade de chegar em casa bem”, anseia a lateral-direita do time Kryvbas Women.

A jovem, ex-Tiradentes-PI, embarcou para o país europeu em agosto de 2021. No clube da jogadora, atuam outras duas brasileiras: Lidiane Oliveira e Gabriela Zidoi, dos estados de São Paulo e Espírito Santo.

Piauiense Kedma Laryssa -Foto: Reprodução

No dia que começou a guerra, Kedma enviou um vídeo para tranquilizar a família e relatou seu medo pelos ataques.

Por pouco não estavam fora da Ucrânia

No dia que começaram os ataques o clube que a piauiense atua, Kryvbas Women, se preparava para viajar nesta quinta (24) para a Turquia, onde estava prevista a pré-temporada de jogos. O Campeonato Ucraniano foi oficialmente suspenso, após a invasão da Rússia ao país. O clima na região é de insegurança e incerteza.

“Teria uma viagem para a Turquia, pra fazer a pré temporada por lá, mas acordamos com a notícia de que a Ucrânia tinha sido invadida. Os aeroportos, então, foram fechados. O sentimento é de medo, nunca passamos por algo parecido”, relatou.

A piauiense contou que mantém contato diariamente com a família e destacou que ela, Lidiane e Gabriela estão sendo acompanhadas pela embaixada brasileira.

“Estamos conseguindo manter contato com a família, sempre atualizando eles sobre como estamos. Entramos em contato com a embaixada [brasileira] e pediram que fizéssemos um cadastro”, disse.

A cidade Kryvyi Rih fica a cerca de 400 km da capital ucraniana Kiev. Em vídeo enviado por Kedma, é possível observar que carros começam a formar filas em postos de combustíveis.

Fonte: G1

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