Por outro lado, Melo pediu que a população comece a avaliar o atual momento de crise nas regiões mais populosas, criando uma postura mais crítica em relação ao uso da água potável e a sua relação com a sustentabilidade da economia. Para ele, no atual momento de desabastecimento hídrico, o Amazonas poderá dar uma enorme contribuição para o país, isso se as autoridades maiores entenderem a necessidade da construção de um grande aqueduto.
Nesta segunda-feira (2), o governador do Amazonas, José Melo (PROS), afastou qualquer perigo de racionamento de água nos moldes do que vem acontecendo nas regiões Sul e Sudeste do país, onde o volume insuficiente de chuva deixou os reservatórios que abastecem as maiores regiões metropolitanas do país em níveis críticos, causando reflexos inclusive no desabastecimento de energia elétrica.
“Eu acho que é um desperdício deixar o rio Amazonas jogar no oceano alguns milhões de metros cúbicos de água doce por segundo. Parte dessa água poderia ser canalizada para tornar o Nordeste, por exemplo, uma verdadeira Califórnia. O Nordeste tem um solo muito bom, só não tem água. Por outro lado, parte desse potencial hídrico poderia ser levado para o Sudeste, onde em outro momento de grande estiagem poderia ser utilizado para repor os níveis dos reservatórios”, acrescentou o governador.
De acordo com o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto, divulgado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Amazonas desperdiça diariamente 399,29 milhões de litros de água potável para o consumo antes mesmo de chegar às torneiras. Esse volume perdido representa 47% de tudo o que é produzido diariamente, o equivale a 697,66 milhões de litros/dia para cada uma das 572.339 ligações.