Durante a visita técnica que fez à Fundação Alfredo da Matta (Fuam), na manhã desta sexta-feira (14), o secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, foi informado pelo diretor-presidente da instituição, Helder Cavalcante, que o Amazonas fechou o ano de 2014 melhorando ainda mais seus indicadores relativos à Hanseníase. Durante décadas, o Amazonas liderou a lista de estados brasileiros com maior número de casos da doença. Em 2013, deixou o grupo dos estados com quadro de hiperendemicidade da Hanseníase e já ocupava a 17% posição do ranking nacional. Em 2014, afastou-se mais um pouco dos primeiros colocados e fechou o período no 18º lugar, em número de novos casos da infecção, segundo informações repassadas nesta semana, por técnicos do Ministério da Saúde, à direção da Fuam. Em 2013, o Estado registrou 692 novos casos de Hanseníase, contra 562 identificados no ano seguinte.Pedro Elias destacou que o trabalho quem vem sendo realizado para o enfrentamento da doença no Amazonas, tendo à frente a Fundação Alfredo da Matta, vem registrando avanços expressivos. A Instituição, que completa neste mês de agosto, 60 anos de serviços prestados à saúde pública, é referência mundial na área de Hanseníase, atuando, inclusive, como Centro Colaborador da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), nesta área.
“Mas temos a consciência de que os desafios, ainda são grandes. Não somos mais uma região hiperendêmica da Hanseníase, mas ainda estamos no grupo dos Estados em que o número de casos da infecção é considerado muito alto. Na região do Juruá, especificamente, o quadro exige uma intervenção ainda mais forte das ações de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, conforme os dados que nos foram apresentados nesta quinta-feira pela direção da Fundação Alfredo da Matta e precisamos continuar trabalhando, com muita ênfase, para melhorar ainda mais os nossos indicadores”, disse o secretário.
Em 2014, no mundo todo, foram registrados 215.658 casos de Hanseníase, estando a Índia e o Brasil entre os países com maior taxa de detecção da doença. “A diferença é que, na Índia, o paciente é diagnosticado, recebe o medicamento e sai das estatísticas, como caso encerrado. Aqui, nós diagnosticamos, fazemos o tratamento e só damos alta ambulatorial ao paciente quando ele preenche uma série de critérios da evolução de seu quadro”, frisou o diretor-presidente da Fuam, Helder Cavalcante.
Segundo o gestor, uma das ações que têm sido intensificadas pela instituição com o objetivo de avançar ainda mais na redução dos indicadores da Hanseníase no Estado é a capacitação permanente de equipes, sobretudo dos municípios do interior, para atuar na busca ativa de novos casos da doença e fazer o acompanhamento dos pacientes diagnosticados, a fim de que eles cumpram todo o esquema de tratamento. “No ano passado, nossas atividades de monitoramento e capacitação foram levadas a 25 municípios do interior. Neste ano, temos a meta de chegar a 40, ou seja, um aumento de 60% dessa cobertura. E vamos conseguir, considerando os resultados do primeiro semestre”, firmou Helder Câmara.
Outra tarefa – referência na especialidade de Dermatologia – com ênfase na Hanseníase – a Fundação Alfredo da Mata é, também, o principal centro de diagnóstico e atendimento ambulatorial na área de doenças sexualmente transmissíveis da rede estadual de Saúde. Ao lado da Fundação de Medicina Tropical (FMT-HVD), a instituição tem um trabalho muito forte no atendimento dos casos de HIV/Aids e Hepatites Virais. “Estamos formatando uma série de propostas para auxiliar no processo de descentralização do atendimento aos pacientes com HIV/Aids, medida que consideramos importante para o enfrentamento da doença em nosso Estado”, informou Helder Cavalcante. O secretário Pedro Elias disse que, dentro de alguns dias, estará coordenando uma reunião entre a FMT, a Fuam e a Coordenação de DST/Aids para definir algumas ações nesta área.