Amazonas se torna zona livre de febre aftosa com reconhecimento nacional

Os maiores rebanhos estão localizados no Sul do Amazonas/Foto: Bruno Zanardo

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) concedeu ao Amazonas o status de área livre de febre aftosa com vacinação. O anunciou foi feito nesta quarta-feira, 16, na sede do Governo pelo diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques. O reconhecimento abre mercado para exportação do gado e produtos de origem animal do Amazonas para outros estados brasileiros.


Com o reconhecimento de área livre de febre aftosa com vacinação no território nacional o Amazonas segue agora para conquistar um novo pleito, agora com reconhecimento internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

“Não temos dúvida de que nós já erradicamos a febre aftosa neste Estado. Agora precisamos melhorar alguns pontos para que possamos encaminhar o pleito a Organização Mundial de Saúde Animal e sermos reconhecido livre de febre aftosa com vacinação do ponto de vista internacional”, destacou Guilherme.

O Governo do Amazonas vinha priorizando as ações de Defesa Sanitária Animal para promover a erradicação da doença em todo o Estado, que foi detectada pela última vez há 13 anos. As campanhas de vacinação, os índices vacinais, o estudo sorológico, a vigilância ativa nas regiões de maiores riscos, o controle do trânsito animal, as barreiras de vigilância, os recursos humanos e a melhoria da estrutura física dos escritórios da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) nos municípios foram algumas das ações reforçadas pelo Governo que deram ao Amazonas o status de área livre.

Os maiores rebanhos estão localizados no Sul do Amazonas/Foto: Bruno Zanardo

De acordo com o diretor-presidente da Adaf, Hamilton Casara, o Estado passa a trabalhar a partir de então com o foco no reconhecimento internacional. “Todo o trabalho realizado pelo Governo do Estado foi para atender as inconformidades apresentadas pelo Mapa através do relatório da auditoria realizada. Nós melhoramos muito no atendimento dessas inconformidades e agora o Ministério da Agricultura veio para dialogar com o Governador para que possamos estabelecer a governança necessária e a resolução das poucas inconformidades ainda encontradas”, pontuou.

Economia – Os maiores rebanhos estão localizados no Sul do Amazonas, nos municípios de Boca do Acre, Apuí e no distrito de Santo Antônio de Matupi, em Manicoré. Estima-se que a pecuária represente 2,5% do PIB estadual, numa parcela de 8% de todo setor primário. O Amazonas, segundo dados da Adaf, possui 1.136.232 bovinos e 74.277 bubalinos alcançando um rebanho total de 1.210.509. Atualmente são 12.372 produtores.

Para Casara, a erradicação da doença no Amazonas vai fortalecer o setor pecuário que passa a contribuir ainda mais com a economia no interior do Estado. “Isso nos leva a um desdobramento. Não é apenas se tornar livre é contribuir para a valorização da carne, valorização da propriedade, do patrimônio do produtor rural, mas acima de tudo contribuir com o aquecimento da economia no interior do Estado. Esse é um novo momento e vamos não apenas nos tornarmos livre com vacinação, mas manter o Amazonas fora do risco de qualquer circulação viral com relação a febre aftosa”, reforçou.

Ao alcançar o status de livre da aftosa, o Amazonas incrementa todo País no cenário comercial internacional de exportação de carne, praticamente sem barreiras, garantindo maiores vendas para a carne e outros derivados da pecuária. Além disso, o Estado consegue, ainda, melhorar o campo da genética ao poder trazer animais geneticamente melhorados.

“O reconhecimento do Estado como livre de febre aftosa com vacinação representa na prática mais renda para o bolso de 60 mil amazonenses que vivem hoje da atividade da pecuária. Também somos conscientes de que o Estado não pode viver mais só da atividade da Zona Franca de Manaus. Precisamos interiorizar mais a economia do nosso Estado e esse reconhecimento que vai acontecer deve abrir um horizonte muito promissor para nossa pecuária para que possamos vender genética, embriões e até animais vivos para o exterior, a exemplo do Pará, gerando emprego e divisas para o estado e o País”, destacou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço.

 

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