Amazonense Vitor Gadelha conquista a Maratona Del Golfo Capri-Napoli

Vitor Gadelha exibe a bandeira do Brasil, em Nápoli/Foto: Mauro Neto

Um verdadeiro guerreiro: essa é a melhor definição para o nadador amazonense Vitor Gadelha, que hoje, sexta-feira (30), foi o único brasileiro a disputar a importante Maratona Del Golfo Capri-Napoli, na Itália, conquistando, por sua colocação, o primeiro lugar no individual e terceiro no geral, ao enfrentar 36Km de prova, em 11 horas.


O percurso foi realizado no Mar Tirreno (parte do mar Mediterrâneo), com largada da Ilha de Capri e término em Nápoles. Para a competição, o atleta recebeu apoio do Governo do Amazonas.

“A prova foi bem difícil, a própria organização assumiu a responsabilidade da dificuldade. Pegamos uma corrente variável, sendo um tempo a favor; contra bastante tempo, entrou um vento que ninguém esperava, que foi um lateral e que dificultou bastante a prova. Eu estou muito feliz, cada momento valeu a pena, tanto do treinamento, quanto da prova. Fui o primeiro amazonense a fazer uma ultramaratona aquática internacional e poder fazer isso é uma honra, pois elevo o estado a este nível. Sei que não estava sozinho e estou super feliz. Agradeço todo o apoio”, destacou o amazonense, que foi convidado a participar da Maratona na Itália após o bom rendimento na travessia ‘Do Leme ao Pontal’, em 2016, quando completou 35 km em 8h e 43 minutos.

Vitor Gadelha exibe a bandeira do Brasil, em Nápoli/Foto: Mauro Neto

Vitor largou às 09h00 da manhã da Itália e terminou a prova às 20h00. Durante o percurso, uma equipe técnica o acompanhava de uma embarcação, entre eles estava o técnico Samir Barel e a madrinha dele, Anna Gadelha, que atualmente mora em São Paulo.

Durante a prova, o nadador ficou sem acompanhamento por pelo menos quatro vezes, quando o barco necessitou de reposição de combustível. Mesmo assim, ao ser assistido, ele teve acesso a água mineral e, nesses momentos, conseguia ser aconselhado por seu técnico.

“Vitor seguiu firme, a gente sabia que daria tempo. O vento estava muito forte, correnteza, ele pegou muitas adversidades que as águas abertas oferecem e o Vitor se superando. Ele seguiu firme”, disse o técnico Samir, considerado uma referência quando o assunto é maratona aquática. Ele é dono da “Tríplice Coroa das Águas Abertas”, honraria inédita para o Brasil na história do esporte, concedida aos nadadores que completam as três travessias mais difíceis do mundo: Volta à Ilha de Manhattan (45km), vencida em 2014, o emblemático desafio do Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França (36km), realizado em 2015, e a travessia do Canal da Catalina, percurso desafiador de 34k na Costa Oeste dos Estados Unidos.

Com 21 atletas de sete países concorrentes, Vitor foi o único brasileiro a disputar este ano a Maratona e o primeiro amazonense a subir no pódio pelo desafio. Vale ressaltar, que no final da competição, o locutor do evento destacou que o percurso estava sendo desumano – por conta das condições climáticas – e lembrou que o amazonense é novo (20 anos) e que ainda terá muitos destaques na natação. Para o pai coruja, Pierre Gadelha, toda a expectativa e ansiedade, se resumiu em orgulho.

“Hoje foi um dos dias mais especiais da minha vida, não somente pelo Vitor estar disputando uma prova internacional, mas sim pela dificuldade que a prova se tornou. Era uma prova que ele estava preparado para fazer em oito horas, mas águas abertas tem muitas variações e a natureza quis dificultar mais um pouquinho, mas ele provou ser muito guerreiro. Ele finalizou a prova em onze horas, mostrando que quando você quer, você pode. Ele batalhou muito por isso, foram seis meses de dedicação intensa, e uma felicidade grande. Eu como pai estou pra lá de orgulho, pois foi uma vitória ele chegar na raça e graças a Deus ele conseguiu. Sou um apaixonado pelas águas abertas, pela natação, e é ótimo ver meu filho escrever seu nome na história do esporte. Essa vitória não é só minha ou dele, é de todos os amigos, de todos que confiaram nele”.

Acompanhando de Manaus o desempenho de Vitor, o fisioterapeuta Francisco Coelho destacou a superação do atleta amazonense. O profissional realizou durante seis meses uma preparação especial para que o nadador aguentasse os mais de trinta quilômetros de prova. “Foram seis meses, de segunda a sábado, realizando um trabalho de prevenção e recuperação muscular do corpo inteiro. A gente sabia que seria uma prova extremamente desgastante e, por incrível que pareça, ele precisava aprender a lidar com a dor que sentiria em todo o percurso. Estou extremamente orgulhoso dele, pois ele representa um jovem dedicado, estudioso, focado e vitorioso. O esporte mostra o melhor dele, que também é um ser humano humilde e de muita fé”, destacou.

 

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