Amazônia tem papel estratégico na América Latina

A atual reestruturação da indústria global possui uma peculiaridade importante: seus principais centros são a China, a Coréia do Sul e a Malásia, deixando a América Latina distante de ter destaque. De algum modo, tal panorama interfere na vida de cada um de nós.


Apesar do Brasil figurar no ranking dos dez maiores PIBs do planeta, está sendo empurrado para a “indesejada posição de país produtor de bens primários de baixo valor agregado”, como destaca L. M. Paulani no texto “A dependência redobrada”, publicado em agosto de 2012 na Le Monde Diplomatique.

Por conta dos efeitos “desindustrializantes” da política econômica da última década do século passado, a América Latina, em especial o Brasil, tem dois caminhos para seguir ou se liga a uma perspectiva guiada pelos Estados Unidos (EUA) e mantém sua posição periférica ou então fortalece seus próprios interesses atuais e futuros.

Para isto, é necessário investir em setores estratégicos e no que houver de mais importante e mesmo as maiores riquezas de determinadas regiões. No caso da Amazônia, merece destaque a biomassa, termo que caracteriza a quantidade total de matéria viva existente em um ecossistema ou ainda em uma população, seja animal ou vegetal.

Atento a isto e ao fato da Amazônia abrigar a maior floresta tropical contínua do planeta e estar predestinada para se tornar o berço de uma “civilização original da biomassa”, o Programa Interdisciplinar Trópico em Movimento – “Rumo à criação de uma moderna civilização da biomassa na Amazônia” visa colaborar neste panorama de investimento na Amazônia.

O programa será lançado no próximo dia 27 de outubro, às 9h, na sala dos conselhos da reitoria da Universidade Federal do Pará (UFPA).

O evento de apresentação abordará as atividades do novo programa interdisciplinar, que contará com a participação de pesquisadores e professores de diferentes institutos da UFPA e vai priorizar o estabelecimento de relações de cooperação com entidades do Trópico Úmido da América Latina, da África e da Ásia.

Segundo o projeto do Programa, é necessário promover a zona de influência do setor mineral na Amazônia, bem como utilizar os recursos naturais terrestres e aquáticos nos múltiplos espaços locais. Deste modo, o projeto também prevê colaborar para:

– Iniciar a recuperação dos solos das áreas rurais nos Municípios da mesorregião,
– Elevar significativamente a renda mensal das famílias envolvidas,
– Abrir uma perspectiva bastante promissora para estabelecer uma relação de troca mutuamente benéfica entre os colonos envolvidos e os indígenas Kayapó, donos da última reserva florestal no Sudeste Paraense, onde se encontra o estoque das sementes de espécies nativas que precisam ser adquiridas para a realização de uma iniciativa desta natureza;
– Aumentar a produção de leite durante o ano todo, reduzindo, assim, a ociosidade dos laticínios nos meses da época não chuvosa e
– Avançar com a criação de forward linkages na área da fruticultura, gerando, assim, ocupação, emprego e renda nas zonas urbanas que já concentram mais do que 70% desta mesorregião de colonização recente do Estado do Pará.

(DOL)

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