André Vargas renuncia ao cargo de vice-presidente da Câmara

Brasília, 9 abr (EFE).- O deputado licenciado André Vargas (PT-PR), investigado por sua ligação com o doleiro Alberto Youssef, renunciou nesta quarta-feira ao cargo de primeiro vice-presidente da Câmara.
Vargas enviou uma carta à Câmara dos Deputados na qual explicou que tomou sua decisão para se concentrar em sua defesa, depois que o Conselho de Ética abriu processo para investigar a relação do petista com doleiro preso pela Polícia Federal.
Com sua saída da vice-presidência da Câmara, Vargas também assegurou que pretende “não prejudicar o andamento dos trabalhos da Mesa Diretora, e também de preservar a imagem da Câmara, do meu partido e de meus colegas deputados”.
Devido a essas suspeitas, o deputado já tinha pedido nesta segunda-feira uma licença não-remunerada de 60 dias para defender-se das acusações que negou várias vezes nas últimas semanas.
Segundo o deputado Ricardo Izar (PSD-SP), presidente do Conselho de Ética, esse grupo designará um relator do processo, que deverá apresentar um relatório sobre o caso em um prazo máximo de 90 dias, após o que se decidirá se Vargas perderá seu mandato parlamentar.
A ponta de um complexo emaranhado que vincula Vargas a uma quadrilha de lavagem de dinheiro foi uma viagem pessoal que o deputado fez em um avião de Youssef, dono de uma casa de câmbio e detido por sua suposta responsabilidade nesses crimes.
As explicações de Vargas para o uso do avião de Yousseff não convenceram nem seus companheiros do PT, que chegaram a sugerir que renunciasse, pois desse modo evitaria o processo de cassação.
A organização que teria Yousseff como um de seus chefes é acusada de ter lavado cerca de R$ 10 bilhões.
Segundo a PF, Yousseff tinha uma comunicação estreita e permanente com Vargas, que admitiu sua amizade com o doleiro, mas alegou que desconhecia totalmente as atividades em que estava envolvido.
No marco das investigações sobre lavagem de dinheiro, a PF também deteve o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que durante muitos anos foi um dos principais executivos da empresa.
Costa foi detido pelos supostos vínculos que uma empresa de consultoria de sua propriedade tinha com membros dessa quadrilha, acusada de lavar dinheiro procedente da corrupção, evasão de divisas, contrabando de pedras preciosas e tráfico de drogas, entre outros delitos.
De acordo com a polícia, a quadrilha utilizava lavanderias de roupa e postos de combustíveis como fachada para oferecer operações clandestinas de câmbio e de envio ilegal de dinheiro ao exterior. EFE
mp/rsd


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