Animais da Amazônia são protagonistas em ‘versão brasileira’ de O Rei Leão

Foto: Reprodução/Instagram/@vilmarrossijunior

Uma onça-pintada no lugar do leão, um cateto em vez de um javali e uma irara (ou papa-mel) em vez do suricate: os animais da Amazônia são os protagonistas de uma releitura do filme “O Rei Leão”, idealizada pelo designer gráfico e ilustrador Vilmar Rossi Júnior.


“O Rei Leão” é uma animação de 1994 feita pela Disney. No longa, o leãozinho Simba se sente culpado pela morte do pai, o rei Mufasa, e foge, deixando o caminho livre para o tio Scar tomar o poder do reino. De pano de fundo, o cenário da savana se mostra imponente.

E se o Rei Leão fosse na Amazônia? — Foto: Reprodução/Instagram/@vilmarrossijunior

Na versão americana, os protagonistas são leões e leoas como Simba, Nala, Sarabi, Mufasa e Scar; o divertido suricato Timão; o desajeitado javali Pumba; o sábio pássaro hornbill Zazu; o mágico macaco babuíno Rafiki; e as assustadoras hienas Shenzi, Banzai e Ed.

Na ‘versão’ brasileira (ou releitura, já que se tratam de ilustrações e não de um longa em si), Rossi escolheu animais da floresta amazônica, alguns deles também presentes em outros biomas do país.

“Eu me inspirei com a chegada do novo filme [lançamento da versão computadorizada do Rei Leão]. Sou muito fã de animação e, conversando com a minha esposa sobre política e o que está acontecendo, sobretudo no meio ambiente, a junção das ideias foi natural”, diz.

Foto: Reprodução/Instagram/@vilmarrossijunior

“Eu gosto muito de ‘mashups’, pois a gente mistura dois temas muito conhecidos e gera um terceiro resultado e, nesse momento, gera uma leitura nova. No original a gente dá pouca atenção para a savana e foca no drama do jovem príncipe.”

“Ao mudar o cenário, a gente passa a questioná-lo: se o Rei Leão fosse aqui, teria que lidar com o desmatamento, as queimadas, os madeireiros, os latifundiários, a extinção. O ‘mashup’ aflorou as questões ecológicas que se escondiam na animação original – e isso foi inesperadamente bom”, afirma o ilustrador Vilmar Rossi Júnior.

Rossi conta que já reproduziu 8 cenas até agora. A primeira foi a do Hakuna Matata (que abre esta matéria).

“Ela tem uma certa alegria despretensiosa, sabe? De quem só estava se divertido… estava ‘Hakuna Matata’ (risos). Mas gostei do resultado da cena da abertura, da conversa do Simba com o espirito do pai e da última, onde o Mufasa diz ao Simba que até onde a luz toca é o reino deles. Ao fundo, coloquei uma queimada, subindo um rolo de fumaça. Quem conhece o filme sabe que o Simba pergunta ‘E aquele lugar escuro?'”, afirma.

Foto: Reprodução/Instagram/@vilmarrossijunior

Nas ilustrações de Rossi, Simba aparece como uma simpática onça-pintada, ao lado do amigo Timão (cateto) e Pumba (irara ou papa-mel).

“Alguns animais foram fáceis de escolher, mas tentei trazer espécies mais desconhecidas, como o araçari (em vez do tucano que todos já viram). O Rafiki fiz, na primeira vez, um mico-leão, mas algumas pessoas chamaram a atenção de que ele não é tão típico da Amazônia. Então lembrei do uacari, que acho um macaco imponente, lindo. Agora, as hienas me deram dor de cabeça, pois não temos animais carniceiros desse tipo aqui. Até que o cachorro-do-mato-vinagre coube nesse papel”, explica.

As espécies no ‘Rei Leão’ da Amazônia

A espécie mais conhecida do público entre as escolhidas por Rossi é a onça-pintada (Panthera onca), que é considerada o maior felino das Américas e tem a maior potência de mordida entre eles. Nos EUA, a espécie já está extinta. No Brasil, a onça-pintada está presente em quase todos os biomas e com algum nível de ameaça: criticamente em perigo na Caatinga e Mata Atlântica, em perigo no Cerrado e vulnerável na Amazônia e Pantanal. A onça-pintada é uma das prioridades da Red List (Lista Vermelha, em inglês), da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).

Foto: Reprodução/Instagram/@vilmarrossijunior

O cateto ou caititu (Pecari tajacu) também está presente em quase todos os biomas e é considerada quase ameaçada, vulnerável ou em perigo, dependendo da localização. Eles vivem em bandos de 5 a 25 membros, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Já a irara ou papa-mel (Eira barbara) é uma espécie presente em vários hábitats, de preferência àqueles de vegetação densa, de acordo com o ICMBio. O olfato é bastante apurado e o nome ‘papa-mel’ vem da sua predileção por este tipo de alimento.

Simba e Nala como onças-pitadas e Zazu como araçari-castanho — Foto: Reprodução/Instagram/@vilmarrossijunior

Outro animal que aparece nas ilustrações de Rossi é o araçari-castanho (Pteroglossus castanotis) , no lugar do sábio pássaro hornbill Zazu. O status de conservação é considerado “menos preocupante”. A espécie se alimenta de frutos e vive no alto das árvores.

Já o uacari (Aotus vociferans) ocupa o lugar do mágico macaco babuíno Rafiki. Ele também é conhecido como macaco-da-noite ou macaco-da-noite-de-pescoço-cinza, de acordo com o ICMBio. A estimativa é que existam cerca de 10 mil indivíduos, todos na Amazônia do Brasil e de outros países como Colômbia, Equador e Peru.

Fonte: G1

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