
Moradores do bairro Congós, na Zona Sul de Macapá, fizeram uma caminhada neste domingo (6), para pedir a reativação da base da Polícia Militar (PM) do Amapá na região, sem atividade há quase 10 anos. Um abaixo-assinado com cerca de 1,5 mil assinaturas foi feito durante o ato denominado “Grito do Silêncio”.
“Nós queremos uma ação das nossas autoridades em relação a essa base. O silêncio é a maneira de nós fazermos as condolências aos familiares que perderam um ente querido por conta da violência que é grande aqui dentro. A polícia chega a atender o nosso chamado, mas não tem estrutura para a segurança”, falou Nildo Costa, presidente do Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário, que desenvolveprojetos no bairro.
Durante a caminhada foram colhidas assinaturas dos moradores do bairro pedindo o retorno das atividades da base policial. O documento deve ser enviado à Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Constantes assaltos, homicídios e latrocínios são registrados no bairro, relatam os moradores. Na sexta-feira (4), dois homens foram mortos e um adolescente ficou ferido por tiros. O crime teria sido motivado por acerto de contas, segundo a polícia. Os disparos foram feitos por dois homens em frente a base da polícia.
“Um dos nossos alunos perdeu o pai nesse crime por conta dessa violência. Se a gente não faz manifesto nenhum pedindo que essa base volte, o bairro Congós vai continuar nas estatísticas como o bairro mais violento de Macapá”, disse Edinho Nascimento, de 48 anos, treinador de escola de futebol no bairro.
Os moradores falaram que atualmente o conselho de segurança ocupa o prédio da base, fazendo projetos sociais. O Congós é atendido pelo 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM), que também atende a cerca de 20 bairros da Zona Sul de Macapá. A instituição informou que vai falar sobre o assunto nesta segunda-feira (7).
(Jornal Floripa)