O Instituto de Meio Ambiente do Amapá (Imap) concluiu ser um ato criminoso realizado de forma proposital, a contaminação de ao menos 20 poços em residências no bairro Novo Horizonte, na Zona Norte de Macapá. A poluição dos poços foi denunciada por moradores afetados pelo problema. Ao invés de água, eram retirados baldes de óleo diesel do solo.
Para fazer o relatório foram realizados testes em quatro possíveis locais que poderiam estar causando a poluição. A suspeita sobre as empresas (3 postos de combustíveis e uma empresa de ônibus) foi levantada porque todas manuseiam combustível próximo às casas afetadas, segundo o diretor técnico do Imap Jesse James.
A intenção era saber se havia perfuração nos tanques de armazenamento aéreo e subterrâneos, no entanto, todos os resultados apresentaram perfeitas condições nos sistemas de armazenagem, sem indícios de perfurações nas empresas.
O diretor do Imap informou que os técnicos do instituto chegaram a conclusão de que a contaminação acontece de forma proposital após observarem que em um dos poços das casas afetadas o óleo diesel era retirado ainda puro, sem diluição com a água. O indício apontava que o combustível era despejado em um único poço, resultando na contaminação do lençol freático do restante na região.
“A qualidade do diesel é quase 100% pura nesse poço. Quando há contaminação dos poços, o produto é diluído porque há mistura com bactérias existente no solo. Então, como as nossas suspeitas de poluição apresentaram resultados negativos, levantamos a possibilidade de a contaminação ser proposital, com o diesel sendo despejado em apenas um dos poços”, explicou Jesse Janes.
O Imap exemplificou que um barril de 100 litros de óleo diesel despejado em um poço é capaz de contaminar cerca de 1 milhão de litros de água no lençol freático da redondeza. O relatório apontando a causa da contaminação como um ato criminoso foi enviado pelo Imap a Delegacia de Meio Ambiente (Dema), que investiga o caso. A Polícia Civil também aguarda um parecer do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e Polícia Técnico-Científica (Politec), que também coletaram amostras para saber as causas da poluição.(G1)
