Apagão nacional na Venezuela coincide com risco de prisão de líder opositor

Foto: Recorte

A Venezuela enfrentou um apagão nacional na manhã desta sexta-feira, 30 de agosto de 2024, que afetou todas as regiões do país e causou a queda da internet em várias localidades, incluindo a capital Caracas. O apagão ocorre no mesmo dia em que o líder opositor Edmundo González enfrenta a ameaça de um mandado de prisão, após não comparecer a duas convocações anteriores.


O ministro das Comunicações, Freddy Nañez, acusou a oposição de sabotagem elétrica, alegando que o apagão foi um ataque planejado. A crise de energia também impactou as refinarias da estatal de petróleo PDVSA, e o ministro do Interior, Diosdado Cabello, garantiu que a energia será restabelecida ao longo do dia, começando por Caracas.

A falta de energia é um cenário familiar para os venezuelanos, que já enfrentaram apagões em 2019, atribuídos às mesmas alegações de sabotagem. O governo de Nicolás Maduro considera a situação um esforço para desestabilizar o país.

Simultaneamente, González, que afirma ter vencido as eleições e possui provas para apoiar sua alegação, foi convocado novamente pelo Ministério Público para prestar depoimento. Caso não compareça, o Ministério Público poderá emitir um mandado de prisão. O opositor tem sido acusado de “usurpação de funções” e “falsificação de documento público”, crimes que podem resultar em até 30 anos de prisão.

González, que está na clandestinidade desde o final de julho, tem se comunicado apenas pelas redes sociais. A oposição, incluindo a líder María Corina Machado, denunciou o que considera uma “perseguição política” e alegou que a convocação é uma tentativa de silenciar a oposição. A Plataforma Unitária Democrática (PUD) refuta as acusações e defende que a digitalização e proteção das atas de votação não são crimes.

A situação é ainda mais tensa com a investigação adicional por “incitação à insurreição” militar, que também inclui Machado. O governo de Maduro pediu prisão para González e Machado, acusando-os de incitar a violência durante os protestos pós-eleições que resultaram em mortes e detenções.

A tensão política na Venezuela se agrava com as acusações de irregularidades nas eleições, questionadas pelo alto representante da União Europeia, Josep Borrell, que afirmou que a vitória de Maduro não foi comprovada e, portanto, não reconhecida internacionalmente.

Enquanto isso, a Starlink, de Elon Musk, enfrenta um bloqueio de contas no Brasil, o que também adiciona uma camada de complexidade à situação na América Latina, onde crises políticas e econômicas se entrelaçam com problemas de infraestrutura e acesso à informação.

Fonte: G1

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