
Na comparação entre junho e julho, em termos de severidade da seca, houve uma intensificação do fenômeno em cinco dos sete estados da região Norte: Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins. Por outro lado, em Roraima houve o abrandamento da seca em julho, enquanto no Amapá a severidade da seca se manteve estável. Nesse cenário a área com seca extrema na região Norte como um todo aumentou de 2% para 9% do total, indicando uma intensificação regional da seca. O Norte teve a condição mais severa de seca do País em julho, sendo a única região com registro de seca extrema nesse período.

Em termos de áreas com seca, o Norte teve um aumento da área total com o fenômeno, que subiu de 81% para 91% entre junho e julho em virtude da expansão da área com seca no Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins. Em Roraima houve uma diminuição da área com o fenômeno em julho e no Acre a seca permaneceu na totalidade de seu território. A seguir estão os destaques por estado da região Norte em julho.

Cenário nacional
Entre junho e julho, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno somente em Roraima, conforme a última atualização do Monitor de Secas. No sentido oposto, em outras 15 unidades da Federação a seca se intensificou nesse período: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Em outros quatro estados a seca voltou a ser verificada em julho: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. No aspecto de severidade, a seca ficou estável em cinco unidades da Federação: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Maranhão e Pernambuco. Somente dois estados seguiram livres de seca em julho: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Na comparação entre junho e julho, 15 estados registraram o aumento da área com seca: Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rondônia e Tocantins. Já em outros quatro estados a seca voltou a ser registrada: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado, Roraima teve um recuo da seca. Em cinco unidades da Federação, a área com o fenômeno se manteve estável: Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Por sua vez, dois estados se mantiveram livres de seca em julho: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Nove unidades da Federação registraram seca em 100% do território em julho deste ano: Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Tocantins. Para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca. Nas demais unidades da Federação que registraram área com seca, os percentuais variaram de 5% a 98%.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de julho, seguido por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia. No total, entre junho e julho, a área com o fenômeno aumentou de 5,96 milhões para 7,04 milhões de km², o equivalente a 83% do território brasileiro.

O Monitor de Secas
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o Monitor de Secas é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em seus respectivos estados no Norte são as seguintes:
• AMAZONAS: Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Amazonas (SEMA/AM);
• ACRE: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (SEMAPI/AC);
• AMAPÁ: Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA/AP);
• PARÁ: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS/PA);
• RONDÔNIA: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM/RO);
• RORAIMA: Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (FEMARH/RR);
• TOCANTINS: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH/TO).
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.