As contas ficarão mais caras com a privatização da Amazonas Energia

Câmara Federal instala comissão especial para analisar privatização da Eletrobrás/Foto: Divulgação

A incompetência para pensar em um modelo eficiente para o setor elétrico e o descompromisso com o patrimônio público, termina por entregar projetos a setores do mercado especulativo e rentista formado pelo capital nacional e internacional e para a mídia oligopolizada, além de atrair financiadores de campanha sedentos de oportunidades lucrativas.


Preço de banana

O Governo tem pouco tempo. Uma forma de agradar o mercado e ao mesmo tempo acelerar a venda da Eletrobrás é colocando-a a venda por um preço ridiculamente baixo, com estimativa de venda em 12,2 Bilhões, tendo um patrimônio de 171 bilhões e gerando lucro para o governo na casa de 2,2 bilhões ao ano.

Câmara Federal instala comissão especial para analisar privatização da Eletrobrás

Após a tentativa frustrada na semana passada para instalar a comissão, mas foram impedidos por uma questão de ordem apresentada por Arlindo Chinaglia (PT-SP). Hoje por articulação do presidente da Câmara Marco Maia com a maioria dos líderes conseguiu instalar a Comissão Especial que analisará o projeto de lei da privatização da Eletrobrás. A Sessão foi presidida pelo deputado Simão Sessim (PP-RJ).

O Deputado Hugo Mota (MDB-PB) foi escolhido como presidente da comissão especial com 18 votos e 01 em branco. O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) foi confirmado relator do texto. A oposição tentou obstruir, mas não adiantou e os deputados Alessandro Molon (PSB-RJ) e Danilo Cabral (PSB-CE) afirmaram que vão recorrer no Supremo Tribunal Federal contra a instalação da comissão.

Bancada do Amazonas reúne com Ministro de Minas e Energia para evitar privatização

O Ministro de Minas e Energia recebeu toda a bancada federal do Amazonas para tratar sobre o assunto da privatização da Amazonas Energia, os parlamentares amazonenses argumentaram que a privatização para o Estado não trará benefícios em decorrências das necessidades de grandes investimentos em tecnologia, logísticas e transmissão de energia aos municípios do interior do Estado.

As contas ficarão mais caras com a privatização da Amazonas Energia/Foto: Divulgação

Movimento de Trabalhadores da Empresa se mobilizam para dizer ‘Não a privatização da Amazonas Energia”

Os Sindicalistas representando os trabalhadores da empresa Amazonas Energia estiveram presentes tanto na reunião de instalação da comissão especial na Câmara Federal como na reunião com o Ministro de Minas e Energia acompanhando a Bancada Federal.

De acordo com Edney Martins presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanitárias do Estado do Amazonas (STIU-AM), essa privatização da Eletrobrás Distribuição Amazonas é extremamente danosa para o povo amazonense “primeiro porque terá uma alta no valor da conta de energia, mesmo depois de nos últimos anos ter aumentado 172%, para bancar os custos da privatização e garantir a remuneração dos investimentos das empresas terá como consequência o aumento das contas.

Acrescenta ainda que a segunda grande consequência é a questão do abandono do interior, “haja vista que interior não conseguirá pagar uma tarifa de energia tão cara a tendência é de quem comprar a empresa não investir porque não terá garantia do retorno de seus investimentos” sentenciou Edney.

Outro grande risco é acabar de vez por toda com o Programa Luz Para Todos que tem chegado nos locais e comunidades mais distantes dessa nossa Amazônia, “o programa tem sido desempenhado porque o braço do Estado está colocado, caso seja privatizado isso não ocorrerá mais e as comunidades que ainda não foram atendidas com o programa não terão perspectivas de energia em suas casas”.

Ainda segundo o presidente do Sindicato, além de todas essas questões apresentadas a empresa que comprar a Amazonas Energia poderá demitir mais de 2 mil trabalhadores que estão há mais de 20 anos na ativa.

Estatais Chinesas

A Concessionária do Amazonas pode ser comprada por estatais chinesas que se encontra em fase de investimento no país. Entre as interessadas na distribuidora estão as gigantes do país oriental State Grid e a China Three Gorges (CTG). O risco dessas empresas comprarem a Amazonas Energia será o livre acesso a 102 localidades do Estado do Amazonas sem precisar dar satisfação para ninguém, correndo um risco de soberania nacional.

Áudio: O presidente do STIU-AM Edney Martins fala sobre a privativação da Eletrobrás

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