
O laudo médico da autópsia realizada em Juliana Marins, brasileira que morreu após cair em um vulcão na Indonésia, confirmou que a causa da morte foi um trauma torácico grave, resultado direto da queda. A hipótese de que a jovem teria morrido por hipotermia foi descartada pelos legistas.
De acordo com o médico legista Ida Bagus Putu Alit, responsável pela autópsia no hospital Bali Mandar, não foram identificados os chamados “sinais clássicos” de morte por exposição ao frio, como necroses nas extremidades do corpo. Isso permitiu, segundo ele, “afirmar com segurança” que Juliana não morreu devido à temperatura ambiente, que naquela região chegava próxima de 0 ºC.
Juliana vestia apenas calça e blusa leves no momento do acidente, o que levantou dúvidas sobre a possibilidade de ela ter resistido às baixas temperaturas por muito tempo. No entanto, o laudo revela que os ferimentos internos causados pelo impacto da queda foram fatais em um intervalo de, no máximo, 20 minutos após o acidente.
> “A causa direta da morte foi o trauma contundente. Não há evidência de que essa vítima tenha sobrevivido por muito tempo após os ferimentos”, afirmou o legista.
A informação oficial entra em conflito com o relato de turistas espanhóis que afirmaram ter visto Juliana viva horas após a queda. Segundo eles, imagens feitas com um drone mostravam a brasileira ainda com vida, o que os motivou a buscar parentes dela por meio das redes sociais. A irmã de Juliana, Mariana Marins, confirmou que foi procurada por essas pessoas, que buscavam ajudar na identificação e localização da vítima.
Resgate durou quatro dias
Juliana foi localizada quatro dias após a queda, em uma região de difícil acesso do vulcão. A operação de resgate mobilizou equipes de busca, voluntários e montanhistas, que enfrentaram condições adversas de solo, clima e visibilidade. Parte do resgate foi registrada em vídeo por um dos montanhistas que participou da missão.
O corpo foi içado por uma maca após mais de sete horas de trabalho. Quatro socorristas acamparam a cerca de 600 metros de profundidade junto ao corpo, enquanto outros três permaneceram em um ponto de apoio 200 metros acima.
O Ministério do Turismo da Indonésia chegou a informar, horas antes da confirmação da morte, que Juliana estava em “estado terminal”, conforme avaliação das equipes em campo. A família confirmou o óbito em nota, lamentando profundamente a perda.
O governo brasileiro também manifestou pesar e informou que prestou apoio às buscas. Em comunicado, ressaltou que as operações foram dificultadas pelas severas condições meteorológicas e topográficas da região.
Juliana Marins tinha 33 anos e era conhecida por sua paixão por viagens e natureza. Seu caso comoveu internautas e mobilizou voluntários em diversos países.
Fonte: UOL