Baixo consumo de fibras na gravidez pode afetar o cérebro de bebês

Foto: Recorte

A desnutrição é um estado de saúde em que a pessoa pode sofrer com deficiência, excesso ou desequilíbrio de nutrientes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E essas complicações costumam ter efeitos ainda maiores em momentos mais delicados da vida, como a gestação. Pesquisadores da Universidade de Yamanashi, no Japão, constataram que a baixa ingestão de fibras na gravidez pode atrasar o desenvolvimento do cérebro de bebês.


Conforme o artigo, estudos anteriores feitos em animais mostraram que uma dieta pobre em fibras durante a gravidez prejudica a função do nervo cerebral dos filhotes. Agora, a equipe liderada por Kunio Miyake mostra, em humanos, a relação entre o desequilíbrio nutricional materno e o desenvolvimento do cérebro de bebês. “Nossos resultados fornecem evidências que reforçam que a desnutrição durante a gravidez está associada a um risco aumentado de atraso no desenvolvimento neurológico em crianças”, afirma, Miyake, em nota. O trabalho foi divulgado hoje, na revista Frontiers in Nutrition.

Segundo o pesquisador, a maioria das mulheres grávidas no Japão consome uma quantidade de fibra alimentar muito menor que a recomendada. O estudo mostrou que apenas 8,4% das gestantes no país consomem as fibras conforme o recomendado: 18g por dia. A quantidade indicada varia pelo mundo. Nos Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, são 28g. No Brasil, um adulto saudável deve comer de 25g a 30g diárias.

Durante o trabalho, os pesquisadores compararam o desenvolvimento de crianças cuja mãe teve maior ingestão de fibras alimentares na gestação com aquelas que nasceram de mulheres que não seguiram a recomendação nutricional. Quando observaram os resultados, a equipe descobriu que as crianças do segundo grupo apresentaram maior probabilidade de ter atrasos no neurodesenvolvimento.

O efeito da falta de fibras na dieta materna foi percebido em várias áreas relacionadas à função cerebral. Foram afetadas as habilidades de comunicação, de resolução de problemas e habilidades pessoais e sociais. Além disso, os cientistas observaram atrasos no desenvolvimento de movimentos de grandes partes do corpo, assim como na coordenação de músculos menores.

Há ainda outros alimentos que devem ser incluídos na dieta de gestantes, destaca Henrique Gomes, pediatra e gastropediatra do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. “Basicamente, os ricos em ácido fólico, como fígado, folhas verdes, e em ferro, presente em carne vermelha, brócolis e folhas verdes. Além dos alimentos ricos em vitaminas ABCDE. Cabe lembrar também as fontes alimentares ricas em cálcio, zinco e ômega-3”, lista. “É importante fazer acompanhamento nutricional durante a gestação para manter a boa saúde materna e do feto. A prática também é necessária para que o feto tenha um bom crescimento e ganhe o peso adequado para a idade gestacional”, completa o médico.

Fonte: Correio Braziliense

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