Banqueiros, deputados e mídias de direita chantageiam o Governo por cortes em políticas sociais

BC reforça chantagem do capital financeiro por cortes em políticas sociais - foto: recorte/Secom-PR

Deputados petistas denunciam pressão do mercado e da mídia por cortes em políticas sociais


Parlamentares da Bancada do PT usaram a tribuna para denunciar a pressão especulativa do mercado e de seus sócios na mídia por cortes em políticas sociais que melhoraram as condições de vida de milhões de brasileiros.

Parlamentares da Bancada do PT usaram a tribuna da Câmara, nesta terça-feira (12), para denunciar a pressão da mídia corporativa e do mercado especulativo para que o governo Lula faça um ajuste fiscal, que pode comprometer políticas sociais e o desenvolvimento do país.

Divulgada pelo Banco Central nesta terça (12), ata do Comitê de Política Monetária chantageia o governo Lula mais uma vez, ameaçando manter a Selic nas alturas; patamar atual é de 11,25% ao ano.

Linha de frente, o deputado federal Merlong Solano (PT-PI), afirmou que o presidente Lula está sendo vítima de uma gigantesca pressão do mercado, através da mídia corporativa. ”Na verdade, é mais do que uma pressão. Lula está sendo chantageado para, de maneira rápida e dura, fazer um corte nos gastos sociais do nosso governo e, assim, jogar o ajuste fiscal sobre os ombros dos mais pobres”, denunciou.

Governistas afirmam que , em 2024, o governo trabalha firme para ajustar as despesas à receita, cumprindo o novo marco fiscal aprovado pelo Congresso – foto: PT Câmara

Na avaliação do deputado, o mercado se esquece das condições em que o presidente Lula encontrou o país. “Em 4 anos de governo, o ex-presidente Bolsonaro furou o teto de gastos em R$ 795 bilhões, deixou despesas que eram do seu mandato para o governo Lula, como no caso dos precatórios, R$ 93 bilhões, como no calote aos estados e municípios, R$ 27 bilhões, despesas que o nosso governo teve que assumir e pagar logo no primeiro ano de gestão, em 2023”, citou.

Banco Central reforça chantagem 

Em razão disso, continuou Merlong, “tivemos um déficit fiscal muito grande no ano de 2023, de R$ 230 bilhões, o que equivale a 2,3% do Produto Interno Bruto do Brasil”, argumentou. Ele afirmou ainda que, neste ano de 2024, o governo trabalha firme para ajustar as despesas à receita, cumprindo o novo marco fiscal aprovado pelo Congresso. “O resultado é que até o mercado diz que o governo Lula vai terminar o ano com um déficit de 0,7%. O Banco Mundial estima o déficit para este ano em 0,6%. Portanto, vejam o tamanho do ajuste fiscal: de 2,3% de déficit do PIB, vamos terminar com 0,5%, este ano”, explicou.

Taxa de Juros

O deputado Paulão (PT-AL) também denunciou a pressão que o governo Lula vem sofrendo. Ele criticou o Banco Central (BC), que aumentou a taxa de juros em uma corrente contrária ao mundo, inclusive aos Estados Unidos, que representam o capitalismo, porque lá a taxa de juros diminuiu.

A taxa de juros, segundo o deputado, sufoca a economia do micro, do pequeno, do médio, do grande empreendedor. Ele reforça que votarão contra a reforma fiscal que pretende tirar direito da classe trabalhadora, penalizar os aposentados e reduzir os todos os programas sociais.

Economia fortalecida

Para Merlong, nessa pressão, o mercado deixa de lado o fato de que a economia brasileira está com os fundamentos em ordem, com a indústria e o comércio varejista crescendo e o país caminhando para a situação de pleno emprego. “Tudo isso está acontecendo apesar da mais alta taxa de juros, que sobrecarrega os investimentos de todos os segmentos. Mas eles querem, por fina força, que o presidente Lula jogue sobre os mais pobres um ajuste rápido, um ajuste rápido que nos levasse a um superávit primário, logo agora, este ano, e também no ano que vem”, criticou.

O parlamentar enfatizou que não é este o caminho para o Brasil. “Não se trata de sacrificar o aumento real do salário mínimo, de sacrificar o Benefício de Prestação Continuada, a aposentadoria. Por que o mercado não quer colocar na mesa outras questões como o imposto sobre grandes fortunas, como a taxação de lucros e dividendos?”, questionou.

Merlong afirma que há espaço para o governo continuar aperfeiçoando o gasto público em todas as áreas, inclusive na área social, “mas também no sentido de colocarmos a tributação mais pesada sobre aqueles que têm mais para contribuir para o ajuste fiscal do nosso país. Este é o caminho para o Brasil”.

Pressão não faz sentido

A deputada Reginete Bispo (PT-RS) também mencionou os bons resultados da economia brasileira no governo Lula. “Diferentemente do que vivíamos 2 anos atrás, o país caminha para o pleno emprego, para o desenvolvimento econômico, para a melhoria salarial, para a retomada das políticas sociais ao povo pobre deste país. Não faz sentido essa pressão agora do Copom [Comitê de Política Monetária], da mídia e do mercado especulativo para que haja cortes no orçamento do governo”, rebateu.

Manifesto

O deputado Paulão (PT-AL) elogiou o posicionamento dos movimentos sociais, estudantis e sindicais contra o ajuste fiscal. “Esse movimento, do ponto de vista da assinatura das centrais sindicais, do Movimento Estudantil Popular, está corretíssimo. É necessária a mobilização da população, para evitar esse desgaste, esse desastre que esta Casa poderá aprovar. Portanto, a palavra é de ordem é ‘não’ ao pacote que o rentismo quer impor ao povo brasileiro”, concluiu.

Os movimentos lançaram, no último domingo (10), um manifesto que critica o papel do mercado financeiro e da mídia na pressão sobre o governo federal para cortar recursos em áreas essenciais, como saúde, educação e programas de infraestrutura.

Do PT na Câmara

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