‘Belle Époque’ revivida em festa francesa no Centro Histórico de Manaus

As luzes e as músicas francesas no Centro Histórico/Foto: Ingrid Anne

O Paço da Liberdade, no Centro Histórico de Manaus, se iluminou com as cores da bandeira da França, no fim de semana, durante a Festa Nacional Francesa, que ocupou o espaço no sábado (11) e no domingo (12), para celebrar o feriado tradicional do calendário francês e também reviver a influência do país na cena histórica e cultural da cidade, através da dança, música e gastronomia.
O evento foi promovido pela escola Aliança Francesa, com o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult). O diretor-presidente do órgão, Bernardo Monteiro de Paula, destacou que a parceria com a instituição de ensino é mais uma oportunidade de continuar o projeto de reocupação do Centro Histórico com eventos culturais. “Estamos numa região em que temos prédios que foram a essência da Belle Époque na cidade, como é o caso do Hotel Cassina, então nada mais interessante que fazer essa ligação com a França e a influência dela no nosso passado, ainda mais numa data tão simbólica para a comunidade francesa que reside em Manaus, que é o dia 14 de julho”.


O cônsul honorário da França, Dominique Chevé, também participou da festa e ressaltou a ligação da cidade com seu país de origem. “Para mim e a comunidade francesa, essa é uma data muito importante, e é uma felicidade poder comemorá-la aqui. Afinal, temos dois motivos pra isso: primeiro, o fato de estarmos no Paço da Liberdade, que, como o próprio nome diz, destaca a liberdade, justamente uma das palavras de ordem da Revolução Francesa, que pregava liberdade, igualdade e fraternidade”, afirmou Chevé, em referência à comemoração francesa. “Além disso, a própria Manaus, apesar do clima, ficou conhecida como ‘Paris dos Trópicos’. E nós percebemos essa ligação muito forte, tanto na arquitetura de prédios antigos quanto em expressões culturais”, completou o cônsul.

A Festa Nacional Francesa celebrou o feriado de 14 de julho, data em que a França comemora anualmente a Queda da Bastilha, marco do início da Revolução Francesa, em 1789. Entre as atrações, apresentações de alunos e do coral da Aliança Francesa e performances de cancan e outras danças de salão agitaram, aproximadamente, três mil pessoas que circularam dentro e ao redor do Paço da Liberdade durante os dois dias de evento. Food trucks e food bikes também garantiram a degustação cultural numa praça de alimentação exclusiva nas proximidades do Paço. Entre os estabelecimentos, a culinária francesa marcou presença e se destacou na noite, por meio de doces típicos como os macarons do chef francês Cedrik Mérel, da La Maison du Macaron.

Para a contadora Eliete Farias, foi uma oportunidade de ter contato com a cultura de outro país, sem sair da própria cidade. “Fico contente por poder ter acesso a uma atração dessas numa localização que antes era desfavorecida. Adorei ver as apresentações das músicas francesas, algumas eu até já conhecia”, afirmou. A diretora da Aliança Francesa, Luciana Cavalcanti, também reforçou a escolha do local. “O Paço é um lugar histórico e cultural, típico da nossa chamada Paris dos Trópicos, então foi uma escolha natural para esse evento”, disse Luciana.

Em Manaus, a Festa Nacional Francesa é realizada pela Aliança Francesa desde a década de 1970. Este ano, pela primeira vez, o evento foi aberto ao público, repetindo a parceria feita com a Manauscult durante a Fête de la Musique, ou a Festa da Música, realizada em meados de junho.

Monumentos

Além da programação da Festa Nacional Francesa, o público também pôde conferir no Paço da Liberdade as esculturas “O Homem Pré-Histórico” e “Homem Moderno”, expostas no jardim do local. Produzidas pelo artista Geraldo de Carvalho, em 1964, as estátuas de bronze, que ficavam na Praça da Saudade até 2004, foram relocadas à visitação pública pela Manauscult e agora integram o acervo do Paço. O conjunto de estátuas foi retirado da praça devido sua reforma ter sido baseada no projeto de inauguração da Praça da Saudade, em 1865, quando ainda não haviam as esculturas.

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