Bernardinho se desculpa após chamar Tifanny de homem

"Um homem é f*", disse técnico após oposta marcar ponto explorando o bloqueio /Foto: Erbs Jr

O multivitorioso técnico Bernardinho, do Sesc-RJ, se desculpou por um comentário que fez sobre a oposta Tifanny, do Sesi-Bauru, durante partida que eliminou a equipe carioca da Superliga na noite desta terça-feira. A jogadora do Sesi-Bauru é a primeira atleta transexual a atuar no vôlei profissional brasileiro.


O comentário foi feito após Tifanny marcar ponto explorando o bloqueio adversário. Bernardinho se irritou na lateral da quadra e disparou: “Um homem é f*”. A reação do técnico foi flagrada pela transmissão da TV.

View this post on Instagram

Hoje era para ser um dia feliz para comunidade LGBTQI! Tifanny esta tendo uma bela segunda temporada de aceitação, onde a grande maioria finalmente entendeu que ela é uma mulher boa jogadora com dias bons e dias ruins como várias outras! Hoje ela e todo time do Bauru jogaram bem, algo que não aconteceu no jogo anterior, e mereceram a vitória classificatória na bola em quadra! Porém foi triste ouvir da boca de um técnico referência mundial, bicampeão olímpico, recordista em prêmios de Superliga que ela era um homem! " Um homem! É foda! " Transfóbicos e homofóbicos não vão passar sem serem apontados na nossa página! Pode ser o papa do vôlei… Vamos desmarcarar todos! Parabéns para o time feminino do Vôlei Bauru, mulheres incríveis que ganharam jogando por merecimento e sem nenhuma vantagem! #angelsvolley #angelsvolleybrazil #volei #voleibol #volley #volleyball #gayvolleyball #volleyballgays #volleygays #superligafeminina #superligadevolei #esporte #sport #sportsgay #sportgay #gaysport #gaysports #copaangels #copaangelsvolley #transfobia #direitostrans #mexeucomumamexeucomtodas #voleifeminino #direitodamulher #contraomachismo #mulheresunidas #convivertransforma #visibilidadetrans #diadavisibilidadetrans

A post shared by Angels Volley Brazil (@angelsvolley) on

O trecho foi replicado no Instagram de um time de vôlei de São Paulo que prega a inclusão no esporte e que luta pela causa LGBTQI.

– Hoje era para ser um dia feliz para comunidade LGBTQI! Tifanny está tendo uma bela segunda temporada de aceitação, onde a grande maioria finalmente entendeu que ela é uma mulher boa jogadora com dias bons e dias ruins como várias outras! Hoje ela e todo time do Bauru jogaram bem, algo que não aconteceu no jogo anterior, e mereceram a vitória classificatória na bola em quadra! Porém foi triste ouvir da boca de um técnico referência mundial, bicampeão olímpico, recordista em prêmios de Superliga que ela era um homem! ” Um homem! – disse a postagem do perfil.

Após a repercussão, Bernardinho comentou na postagem, pediu desculpas pelo comentário e disse que se referia à técnica da jogadora.

– Peço desculpas a todos. Não foi minha intenção de forma alguma ofendê-la, me referia ao gesto técnico e ao controle físico que ela tem, comum aos jogadores do masculino e que a maior parte das jogadoras não tem. Sempre trabalhei e tentei ajudar com meu trabalho diversos jogadores e jogadoras sem qualquer tipo de preconceito – disse Bernardinho.

Bernardinho (ao fundo) observa Tifanny em jogo pela Superliga da temporada passada — Foto: Sérgio Pais

O técnico aproveitou a postagem para parabenizar a jogadora, que marcou 28 pontos e comandou a vitória do Sesi-Bauru por 3 sets a 1, eliminando o Sesc-RJ, de Bernardinho, pela primeira vez o time comandado pelo treinador das quartas de final da Superliga desde a temporada 2004/05.

– À Tiffany dou meus parabéns pela grande atuação e conquista e a todos q se sentiram ofendidos reitero minhas desculpas pois jamais foi a minha intenção – completou Bernardinho.

O comentário reacendeu o debate sobre a participação de uma jogadora transexual em uma liga feminina. Na postagem os internautas se dividiram entre os que concordaram com o técnico e os que não gostaram.

A reportagem tentou entrar em contato com Tifanny, mas a assessoria de imprensa do Sesi-Bauru afirmou ela já conversou com Bernardinho depois do episódio e que está tudo resolvido.

O Sesc-RJ é o maior vencedor do campeonato, com 12 títulos. O Sesi-Bauru chega, pela primeira vez, a uma semifinal. O time encara o Praia Clube, atual campeão da Superliga.

Fonte: Globo Esporte

Artigo anteriorAs Florestas e o Desenvolvimento Sustentável – por Mariana Schuchovski
Próximo artigoMourão adverte: salário mínimo e direitos trabalhistas são ‘vacas sagradas’

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui